O senado polonês aprovou na madrugada desta quinta-feira a controversa lei sobre o Holocausto que tem como objetivo defender a imagem do país, mas que foi criticada por Israel, que acusa Varsóvia de “querer reescrever a História”.
O projeto prevê até três anos de prisão ou uma multa a toda pessoa que utilize a expressão “campos da morte poloneses” para denominar os campos de extermínio instalados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Pouco antes da aprovação, o sEstados Unidos expressaram sua preocupação pelas “consequências” do projeto, pedindo a Varsóvia que reconsiderasse.
“Concordamos que expressões como ‘campos da morte poloneses’ são imprecisas, suscetíveis de induzir a erros e causar feridas”, declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em comunicado.
“Mas nos preocupa que esse projeto de lei, se for promulgado, afete a liberdade de expressão e o debate histórico”, acrescentou.
A lei também poderá ter “repercussões” sobre “os interesses e as relações estratégicas da Polônia, inclusive com Estados Unidos e Israel”, advertiu, acrescentando que eventuais divisões entre aliados “beneficiam nossos rivais”.
Para que entre em vigor, o texto agora só precisa ser promulgado pelo presidente polonês Andrzej Duda.
“Não toleraremos que se deforme a verdade e que se reescreva a história ou que se negue o Holocausto”, disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Andrzej Duda tentou pôr fim à crise demonstrando flexibilidade. No domingo prometeu avaliar as partes da lei que Israel critica.
Seis milhões de poloneses, entre eles três milhões de judeus, morreram durante a Segunda Guerra Mundial.