O Senado americano iniciou nesta sexta-feira (23) o último debate sobre a confirmação da juíza conservadora Amy Coney Barrett, indicada pelo presidente Donald Trump para a Suprema Corte dos Estados Unidos, um processo que, espera-se, resultará em uma vitória política certa do presidente republicano antes das eleições de 3 de novembro.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, elogiou as credenciais da juíza, cuja entrada na Suprema Corte daria ao tribunal tendências mais conservadoras.

A morte da juíza progressista Ruth Bader Ginsburg em setembro deixou um assento vazio na Suprema Corta americana que os democratas dizem que não deveria ser preenchido antes da eleição presidencial. Já os republicanos, que controlam o Senado, não concordam com o argumento.

“Esta excelente indicada é especialmente adequada para este trabalho”, disse McConnell ao plenário.

A decisão de Trump de indicar Barrett para o cargo foi anunciada em 26 de setembro, quase uma semana após a morte de Ginsburg.

O processo prosseguiu em uma velocidade incomum para cumprir os desejos do presidente: que a juíza conservadora fosse membro da Suprema Corte no caso do surgimento de alguma discrepância nas eleições, o que obrigaria a intervenção da mais alta instância jurídica dos Estados Unidos.

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McConnell priorizou a confirmação da indicação de Barrett em relação a outras questões a serem consideradas pelo Senado, incluindo um projeto de lei para fornecer alívio financeiro a funcionários, empresas e governos locais atingidos pela pandemia.

Barrett, de 48 anos e mãe de sete filhos, é popular entre os grupos católicos conservadores, especialmente por suas posições antiaborto.

A confirmação da juíza resultaria em uma maioria de 6 magistrados conservadores na Suprema Corte contra 3 progressistas, o que deve ser suficiente para Trump revogar a decisão de 1973 da alta corte sobre o aborto.

Barrett também poderia ajudar o presidente a acabar com a lei que expandiu a cobertura de saúde da população, que será analisada no próximo mês e pode acabar com o seguro de saúde de milhões de pessoas.

O debate sobre a confirmação de Barrett começou nesta sexta-feira e seguirá ao longo do fim de semana, depois que o Comitê Judiciário do Senado deu sua anuência à juíza em sessão boicotada pelos democratas.

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, implementou várias estratégias para tentar adiar o debate, mas a sólida maioria de 53-47 dos republicanos na Câmara Alta freou todas as tentativas.

“Os democratas não vão dar a esse processo um pingo de legitimidade”, disse Schumer.

McConnell, porém, manteve sua posição.

“Vamos dar a esta indicada o voto que ela merece”, garantindo que a votação acontecerá, ao mais tardar, na segunda-feira.


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