Senado dos EUA começa a debater ajuda à Ucrânia, sem exigência migratória

Os senadores dos Estados Unidos superaram um primeiro obstáculo nesta quinta-feira (8) para adotar um pacote de ajuda externa, com um resgate de US$ 60 bilhões (R$ 298,8 bilhões) para a Ucrânia, depois de remover a seção migratória do projeto de lei.

Os republicanos concordaram em pelo menos considerar o projeto de lei em uma votação de procedimento, cujo resultado foi surpreendente.

Até agora, os conservadores haviam se oposto a abordar o desembolso de fundos para a Ucrânia, Israel e Taiwan sem que antes o governo do presidente democrata Joe Biden endurecesse a política de fronteira, especialmente a segurança na fronteira com o México.

O pacote em debate abrange US$ 95 bilhões (R$ 473 bilhões) para a Ucrânia – atualmente em guerra após a invasão russa -, para o combate de Israel contra militantes do grupo islamista Hamas e para Taiwan, seu aliado estratégico.

A maior parte seria para ajudar a Ucrânia a repor os suprimentos esgotados de munições, armas e outras necessidades cruciais enquanto se prepara para entrar em seu terceiro ano de guerra.

O pacote de ajuda estava prestes a ser enterrado depois que os republicanos rejeitaram uma versão anterior do projeto de lei na quarta-feira, que também incluía uma seção migratória.

Sob pressão de Trump, favorito para a nomeação presidencial republicana, os representantes desse partido preferiram adiar qualquer reforma na fronteira até depois das eleições de novembro.

Mas os senadores republicanos cederam nesta quinta-feira depois que os democratas, com uma estreita maioria no Senado, desvincularam completamente a ajuda da controvérsia na fronteira.

O novo projeto de lei de ajuda externa ainda pode fracassar, pois os republicanos do Senado estão divididos entre os mais tradicionais e os aliados de Trump, que se opõem à ajuda a Kiev.

E mesmo que passe por este filtro, pode enfrentar obstáculos na Câmara dos Representantes, onde os conservadores têm uma maioria estreita e muitos deles simpatizam com Trump.

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