ROMA, 28 ABR (ANSA) – O Senado da Itália rejeitou nesta quarta-feira (28) três moções de desconfiança para derrubar o ministro da Saúde do país, Roberto Speranza.   

A primeira foi proposta pelo partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI) e recebeu 29 votos a favor e 221 contrários, além de três abstenções.   

A segunda, de autoria do senador populista Gianluigi Paragone, fundador do partido Italexit, que defende a saída da Itália da União Europeia, teve placar de 206 a 29 a favor de Speranza, além de duas abstenções.   

Já a terceira, do senador Mattia Crucioli, dissidente do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), teve 28 votos favoráveis, 204 contrários e também duas abstenções.   

Secretário do partido de esquerda Artigo Primeiro, Speranza é ministro da Saúde desde setembro de 2019 e sofre críticas da oposição por conta das políticas do governo de enfrentamento à pandemia, especialmente as medidas de restrição contra atividades sociais e econômicas.   

“Vamos continuar não dando trégua a esse governo até que a loucura do toque de recolher seja abolida, mesmo indo contra tudo e contra todos”, disse no Facebook a líder do FdI, deputada Giorgia Meloni. O partido de extrema direita é a única grande força no Parlamento que faz oposição ao governo de Mario Draghi.   

Até mesmo a Liga, partido de ultradireita liderado por Matteo Salvini, que sempre criticou Speranza, mas hoje faz parte da base aliada, votou contra a moção de desconfiança para preservar a coalizão.   

“Nós damos confiança a Draghi porque somos leais a ele e à maioria que o apoia. Sobre a sua pessoa, ministro, uma vez que existe disposição para escutar, nos demonstre que quer nos ouvir também e comece a entender que é preciso mudar”, disse o líder da Liga no Senado, Massimiliano Romeo.   

Speranza vem sendo pressionado a revogar o toque de recolher noturno (das 22h às 5h) vigente na Itália desde 5 de novembro, porém ainda não deu prazo para abolir essa restrição.   

“Vou continuar sempre distante das polêmicas que prejudicam o prestígio da Itália e tornam o trabalho mais difícil. Compreendo as razões da batalha política, mas, em um grande país, não se faz política sobre uma grande epidemia”, disse o ministro, que vem adotando uma postura discreta desde o início da crise sanitária. (ANSA).