O Senado aprovou nesta quarta-feira, 12, a recondução de Paulo Gonet à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) até 2027, por 45 votos a 26 e em escrutínio secreto, como determina o regimento.
Mais cedo, Gonet enfrentou sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que aprovou sua indicação por 17 votos a 10.
Na primeira nomeação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em novembro de 2023, Gonet obteve aprovação mais folgada na CCJ, com 23 votos favoráveis e apenas 4 contrários. Já no plenário do Senado, teve o apoio de 65 senadores, enquanto 11 votaram contra.
Embora a votação seja secreta, a redução do apoio a Gonet tem sido publicamente expressada por senadores ligados a Jair Bolsonaro (PL). O procurador-geral da República foi responsável pela denúncia que embasou a condenação do ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão por uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na comissão da CCJ que deu aval a um novo mandato de Gonet, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que os membros do Ministério Público Federal “devem ter vergonha” do procurador-geral pela subserviência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Mesmo com as resistências na oposição, Gonet tem avaliação positiva pelo governo Lula (PT) e na cúpula do Judiciário. Após a recondução ao cargo, declarou que renovou o “propósito de conduzir o Ministério Público com o estrito respeito ao regime constitucional e legal que o assinala como instituição essencial da República”.