Líderes do Senado dos Estados Unidos concordaram em votar nesta quinta-feira (24) propostas concorrentes para acabar com o ‘shutdown’ (paralisação) parcial do governo, que entra agora no segundo mês, mas as chances são pequenas de que possam reabrir as agências federais.

O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, e o democrata Chuck Schumer anunciaram um acordo na terça-feira para duas votações de teste.

A primeira seria um passo processual sobre uma medida para financiar todos os setores paralisados do governo até setembro e inclui a demanda do presidente Donald Trump para o financiamento da construção de um muro na fronteira com o México e sua proposta para a política migratória.

Uma segunda votação seria sobre uma medida temporária que financie o governo até 8 de fevereiro para permitir o debate sobre a segurança fronteiriça e a imigração, permitindo também que Trump realize o discurso do Estado da União perante o Congresso.

A votação também incluiria recursos para ajuda em situações de desastre, já aprovados na Câmara de Representantes.

Cada proposta exigiria 60 votos para passar na Casa, composta por cem membros, um limite elevado, ao se considerar o nível atual de rancor partidário sobre a quem atribuir a culpa pelo ‘shutdown’.

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Um alto assessor republicano no Senado disse à AFP que é improvável que os republicanos firmem um projeto de financiamento no curto prazo, e que mesmo que o façam, o presidente não iria sancionar a medida.

Mas o líder democrata declarou que as votações “poderiam nos libertar do pântano em que nos encontramos” e encorajou especificamente os republicanos a aderirem a um projeto temporário para reabrir rapidamente o governo.

“Isto irá nos permitir, então, debater, sem fazer reféns, sem ataques de raiva sobre como podemos lidar da melhor forma com a segurança fronteiriça”, declarou.

O “shutdown”, que afeta parte das administrações do governo federal, é o mais longo da história dos Estados Unidos, e atinge vários departamentos fundamentais, como os de Segurança Nacional (DHS), Justiça e Transporte.

Na origem desta paralisação está o impasse nas negociações entre Trump – que quer destinar 5,7 bilhões de dólares para a construção de um muro na fronteira com o México, sua promessa de campanha – e a oposição democrata no Congresso – que se nega a liberar esses fundos para financiar uma obra que considera “imoral”, cara e ineficaz para combater a imigração ilegal.


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