O Senado dos Estados Unidos aprovou na madrugada de quinta-feira (17) um corte de gastos de 9 bilhões de dólares (50 bilhões de reais) apoiado pelo presidente Donald Trump, medida que afeta os programas de ajuda no exterior e os meios de comunicação públicos.
O projeto deve retornar agora à Câmara dos Representantes para sua aprovação definitiva antes de sexta-feira (18), já que o Congresso já havia alocado as verbas.
Se o texto não for aprovado, o governo deverá gastar o dinheiro de acordo com o que estava previsto.
O procedimento é incomum e conhecido como um “pacote de rescisão”, opção que não é utilizada há décadas.
A aprovação da Câmara foi considerada um teste para os cortes propostos pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderada pelo empresário Elon Musk, que abandonou a missão e agora enfrenta uma relação amarga com Trump.
As medidas de corte enfrentaram resistências nos dois partidos, mas finalmente o Senado, de maioria republicana, aprovou o pacote com 51 votos a favor e 48 contrários em uma sessão que terminou durante a madrugada.
O pacote enfrentou resistências, já que o texto aprovado em junho pela Câmara dos Representantes incluía um corte de 400 milhões de dólares (2,2 bilhões de reais) para o financiamento de programas de saúde, incluindo o plano PEPFAR para a luta contra a aids, criado pelo presidente republicano George W. Bush.
Segundo especialistas, o programa salvou 26 milhões de vidas e, finalmente, seu corte foi rejeitado, o que abriu caminho para a aprovação do texto.
O influente senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, declarou à AFP que a legislação está alinhada com as promessas de Trump de cortar gastos.
“Sempre apoiei a ajuda externa (…) O ‘soft power’ é necessário”, afirmou. “Mas, quando se começa a gastar dinheiro em um monte de lixo e em programas progressistas desconectados do objetivo da ajuda, é difícil que uma pessoa como eu aceite”.
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