O futuro das relações bilaterais sino-brasileiras foi um dos temas principais discutidos no seminário “Diálogo de Mídias Globais sobre Modernização ao estilo Chinês”, realizado no Ibrawork em São Paulo nesta sexta-feira (15/03). O evento, que acontece no ano em que os dois países celebram 50 anos de relações diplomáticas, discutiu as oportunidades de desenvolvimento das duas nações, a transformação e modernização da China dos últimos anos, as recém-encerradas Duas Sessões, as parcerias para o meio ambiente e os projetos de cooperação de conteúdos midiáticos.

O encontro foi organizado pelo Grupo de Mídia da China (CMG, em inglês), pelo Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) e pelo Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (CEDES). O discurso de abertura foi realizado pelo Cônsul-Geral da China em São Paulo, Yu Peng.

O Cônsul destacou que as exportações brasileiras para a China em 2023 superaram pela primeira vez a cifra de 100 bilhões de dólares, mantendo a China como o principal parceiro comercial do Brasil pelo décimo quinto ano seguido. “A China também está aumentando cada vez mais seu nível de abertura e otimizando continuamente o ambiente de negócios, expandindo a cooperação ganha-ganha com a comunidade internacional, incluindo o Brasil, com a proposta de alcance de uma prosperidade comum. O Consulado Geral da China em São Paulo vai apoiar o diálogo e cooperação entre ambos os lados”, destacou Peng.

Por meio de vídeo, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, marcou presença e destacou o papel das relações entre os dois países. “A China é muito importante para o Brasil, o Brasil é importante para a China. Nós devemos celebrar essa união diplomática a partir de boas ideias, boas iniciativas e o fortalecimento de nossos laços. Contem com o Senado Federal e com o Congresso Nacional”, ressaltou Pacheco.

O seminário também discutiu as oportunidades de cooperação do estado e da cidade de São Paulo com a China. O Deputado Estadual de São Paulo e Coordenador da Frente Parlamentar São Paulo-China, Rodrigo Moraes, falou sobre unir forças no poder legislativo brasileiro para fortalecer parcerias com o gigante asiático e trazer mais tecnologia e empregos para o Estado.

O Secretário de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, Aldo Rebelo, participou por meio de vídeo. Rebelo aproveitou a oportunidade para destacar a relevância das relações entre o Brasil e China para a melhoria de vida dos brasileiros e chineses e para a paz mundial.

Comunicação internacional

Representantes da mídia brasileira também marcaram presença no evento e falaram sobre a importância da cooperação na comunicação internacional. O diretor do Grupo de Mídia da China na América Latina, Zhu Boying, ressaltou o papel transformador da cooperação entre veículos de comunicação para fomentar as trocas culturais e para gerar conhecimento entre os povos. “O Grupo de Mídia da China atribui grande importância à interação e ao intercâmbio com meios de comunicação de todo o mundo. Na América Latina e no Caribe, foram assinados memorandos de cooperação com grandes mídias e autoridades da mídia em mais de 10 países latino-americanos, incluindo Brasil, Argentina, Chile e Colômbia”, ressaltou Zhu.

O diretor de conteúdo jornalístico do Grupo Bandeirantes de Comunicação, André Basbaum, lembrou que a Band é o único meio de comunicação brasileiro de TV com um correspondente na China. Basbaum frisou que a comunicação é o segredo para a evolução das relações entre países e que o jornalismo cumpre o papel de levar informação de qualidade para as pessoas. Lucas Amorim, diretor de redação da Exame, uma das mais importantes publicações de economia e negócios do Brasil, trouxe à discussão a cobertura jornalística brasileira na editoria de economia e negócios nos últimos anos.

O presidente do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina), do IBCJ e vice-presidente do Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (CEDES), Thomas Law, falou sobre as Duas Sessões da China, a modernização da nação asiática, os desafios enfrentados pelo país hoje e as transformações tecnológicas, sociais e econômicas que aconteceram na China nos últimos anos.

“A China visa a desenvolver cooperações e diálogos entre as grandes potências como o Brasil a fim de fortalecer a governança global e benefícios mútuos. Durante minha última visita à China, ficou evidente o avanço na modernização do país, especialmente quando se trata de cidades inteligentes. Fiquei impressionado com a forma como a China deu um salto significativo no uso da tecnologia para melhorar os sistemas de transporte e métodos de pagamento”, destacou Thomas.

Também foi discutido no evento a possibilidade de cooperação acadêmica, por meio do Centro de Estudos de Direito Econômico e Social, CEDES, representado pelo seu presidente João Grandino Rodas. O Conselho Brasileiro de Relações Internacionais (CBERI) foi representado pela sênior Fellow de Ásia, Larissa Wachholz, que contribuiu com discussões sobre o desenvolvimento sustentável do país asiático.