Após registrar bom público em 2018, o Brasil Open sofreu com a queda de espectadores na edição finalizada no domingo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Neste ano, 32.930 torcedores compareceram ao torneio de nível ATP 250 ao longo da semana passada. Trata-se de uma queda de 22% em comparação aos 42.548 fãs de tênis que estiveram no mesmo local em 2018.

A menor média de público foi percebida ao longo de toda a semana da competição, uma das mais tradicionais do País. Parte da queda se deveu à ausência de tenistas de maior renome no circuito. Nesta edição, o Brasil Open não contou com nenhum atleta que estava dentro do Top 30 do ranking da ATP.

Além disso, somente dois brasileiros entraram diretamente na chave, por convite: Thiago Monteiro e Thiago Wild. Nomes mais conhecidos do tênis nacional, como Thomaz Bellucci, não chegaram nem a jogar a chave do qualifying. E os duplistas Marcelo Melo e Bruno Soares, duas das principais referências da modalidade no País, não competiram em São Paulo.

A queda superou os 20% porque o ano anterior foi de grande sucesso nas arquibancadas do Ibirapuera, o que elevou a referência. A edição de 2018 só teve público menor do que no ano de 2013, quando o astro da competição foi o espanhol Rafael Nadal. Naquele ano, cerca de 45.000 compareceram ao ATP 250 brasileiro.

Sem tenistas de renome – havia apenas três do Top 50 -, a organização do torneio apostou desta vez em jovens promessas do circuito, caso do canadense Felix Auger-Aliassime e do sérvio Laslo Djere, que fizeram a final do Rio Open, na semana anterior, e disputaram jogo das quartas de final no Brasil Open.

“Os jogadores daqui estão em transição, como o Felix Auger-Aliassime, o [chileno] Christian Garín e o Laslo Djere também. Eles mostraram o potencial que têm, o pulo que vão dar. Nosso torneio deu ao público a chance de ver jogadores que vão ser estrelas e vão chegar aos 20 do mundo”, comenta o diretor do Brasil Open, Roberto Marcher.

Ele também exaltou a localização do torneio, novamente no Ibirapuera – nas duas edições de 2016 e 2017 o evento foi realizado no Esporte Clube Pinheiros. “Aqui o público tem a garantia de que vai ver jogo, não tem chuva. Este estádio é fantástico, um templo do Brasil”, afirma Marcher.

FUTURO DO TORNEIO – Os meses que antecederam o Brasil Open foram de suspense e temor sobre a realização da edição deste ano, em razão das dificuldades da competição em captar recursos via lei de incentivo. Marcher, contudo, minimiza os obstáculos enfrentados e se mostra otimista quanto à edição 2020 do evento. “Garantido é só a morte. Mas, para o torneio, as chances são enormes”, afirma o dirigente.