Sem a aprovação da nova política industrial, batizada de Rota 2030, o setor automotivo iniciou o ano com as regras tarifárias que vigoravam antes da entrada em vigor do Inovar-Auto, programa encerrado em dezembro após cinco anos de vigência.

A principal alteração é o fim dos 30 pontos porcentuais extras de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados de fora do Mercosul e do México e da cota de até 4,8 mil carros para escapar dessa taxação. Com a volta do IPI normal de 7% a 25%, a Abeifa, que representa os importadores, espera alta de 35% nas vendas este ano, para cerca de 40 mil veículos.

No ano passado foram vendidos 29,7 mil carros importados, 16,5% menos que em 2016. Em 2012, último ano antes do Inovar-Auto, a venda chegou a 130,8 mil unidades. Além do imposto maior, várias marcas passaram a produzir localmente, como Mercedes-Benz e Audi.

Segundo o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, a projeção leva em conta também a alta do dólar, que encarece as importações. Para ele, o aumento de 35% esperado para 2018 é conservador pois a base anterior é muito fraca. A Abeifa acredita que as importações vão se concentrar em automóveis com preços a partir de R$ 80 mil a R$ 100 mil pois há pouco espaço para trazer modelos mais baratos.

A saída do ministro Marcos Pereira do Ministério da Indústria (Mdic) pode trazer mais complicações para a aprovação do Rota 2030, dependendo de quem for seu sucessor.

Pereira defendia a manutenção de subsídios para empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento. A resistência do Ministério da Fazenda em aprovar esse tipo de medida adiou para fevereiro (após a votação da reforma da Previdência) a decisão sobre o Rota.

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O Inovar-Auto, por exemplo, previa redução de até 2 pontos porcentuais do IPI para quem superasse a meta de 12% de redução de emissões. Só Ford e GM conseguiram o incentivo maior, pois, na média, reduzirem as emissões de seus carros em até 18%. Audi, Honda, Mercedes-Benz, Nissan, PSA, Renault, Toyota e Volkswagen obtiveram 1 ponto de corte ao reduzirem até 15%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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