Sem público e seguindo protocolos de segurança, o Troféu Brasil de atletismo vai reunir os principais atletas brasileiros da modalidade entre esta quarta-feira e domingo, no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, na Vila Clementino, em São Paulo. Desta vez, a disputa não vai se restringir ao pódio. A maior parte dos esportistas busca também o índice olímpico para os Jogos de Tóquio, adiados para 2021.

A principal competição brasileira da modalidade estava marcada inicialmente para maio, em Porto Alegre. Mas a pandemia do novo coronavírus alterou os planos da Confederação Brasileira de Atletismo, que decidiu reprogramar o evento para este mês de dezembro, na capital paulista.

Por causa da covid-19, o evento não terá a presença de público. A organização vai exigir de todos o uso de máscara, a não ser dos atletas nos momentos da disputa. Os esportistas terão álcool em gel à disposição e serão instados a manter o distanciamento social. Ao chegar ao local de competição, todos terão a temperatura medida.

Uma das consequências mais práticas da pandemia será a realização de provas de longa distância na pista. No sábado, o Centro Olímpico vai receber as provas de 20km e 35km (inicialmente esta prova era de 50km).

No total, o Troféu Brasil vai reunir 770 atletas, de 130 equipes, que vão disputar uma edição comemorativa do evento. Neste ano, a competição completa 75 anos.

Para os atletas, o torneio não vai significar apenas a busca por medalhas e pelo índice olímpico. Ao lado do GP Brasil de Atletismo, disputado no domingo, o Troféu Brasil marca a retomada da preparação deles para os Jogos de Tóquio. Em razão da pandemia, o ano de 2020, que seria olímpico, apresentou diversos obstáculos para a manutenção da forma física e técnica e dificultou a permanência deles no auge do ciclo olímpico.

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“Foi um ano totalmente atípico. Tivemos de improvisar muito para manter a forma. Construí um setor de arremesso ao lado da minha casa e consegui equipamentos de musculação emprestados”, diz o catarinense Darlan Romani, recordista sul-americano do arremesso do peso, com 22,61 metros, e quarto do mundo no ranking de 2019. “Vou buscar o melhor resultado possível, mesmo num ano tão complicado, com problemas de treinamento e o adiamento e cancelamento de competições importantes.”

Uma das apostas do atletismo brasileiro para Tóquio, Darlan é um dos 63 atletas do Pinheiros que vão competir no Troféu Brasil. O clube, um dos mais tradicionais do País, decidiu disputar normalmente a competição após desistir de enviar seus nadadores para o Troféu Brasil de Natação, que começou nesta quarta, no Rio de Janeiro. Na capital paulista, o Pinheiros busca o pentacampeonato da competição nacional.

Darlan Romani é um dos 13 atletas que vão competir e que já está com a vaga olímpica garantida. Os demais são Paulo André de Oliveira (Pinheiros), nos 100m; Aldemir Gomes Junior (Pinheiros), nos 200m; Gabriel Constantino (Pinheiros) e Eduardo de Deus (ADPA), nos 110m com barreiras; Alison dos Santos (Pinheiros) e Marcio Teles (Orcampi), nos 400m com barreiras; Augusto Dutra (Pinheiros), no salto com vara; Alexsandro Melo (ADPA), no salto triplo; Caio Bonfim (CASO) e Érica Sena (Pinheiros), na marcha atlética de 20km; Andressa Morais (Pinheiros), no lançamento do disco; e Vitória Rosa (Pinheiros), 200m.

Se para uns a competição significa o retorno da preparação, para outros o Troféu Brasil será oportunidade de reafirmação. Melhor velocista do País, Paulo André foi surpreendido por Felipe Bardi dos Santos no fim de semana no GP Brasil. Em busca de superar a barreira dos 10 segundos na prova dos 100 metros, ele não passou dos 10s30 e foi o segundo colocado, atrás de Bardi, com 10s25.

“Estou no treino de base. Não é o momento de conseguir bom resultado. Fiquei feliz com a vitória do Bardi, mais um velocista importante”, disse Paulo André, antes de projetar sua atenção para o Troféu Brasil. “Quero a quarta vitória consecutiva, mas com os pés no chão”, disse o atual tricampeão da prova.


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