A seleção brasileira não poderá contar com Neymar no duelo com a Venezuela, nesta terça-feira, mas tem tudo para manter 100% de aproveitamento sob o comando de Tite, diante do lanterninha das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018.

Na hora de iniciar o segundo turno, o Brasil é vice-líder, com 18 pontos, um atrás do Uruguai e seis de vantagem sobre o Paraguai, primeiro fora da zona de classificação.

Essa posição confortável só veio com a chegada de Tite, com três vitórias convincentes sobre Equador (3-0), Colômbia (5-0) e Bolívia (5-0).

Quando o ex-técnico do Corinthians assumiu o cargo no lugar de Dunga, em junho, depois do vexame da eliminação na primeira fase da Copa América do Centenário, a situação era outra. O Brasil era apenas o sexto colocado, a mesma posição ocupada hoje pelos paraguaios.

Essa retomada tão rápida surpreendeu até o próprio Tite. “Eu não esperava um início tão bom”, reconheceu o treinador depois da goleada de quinta-feira sobre a Bolívia, com mais um show de Neymar.

Em Natal, o craque do Barcelona fez de tudo: marcou o primeiro gol, o 300º da sua carreira e o 49º com a seleção, deu duas assistência, deu o sangue, literalmente, saindo de campo com corte no supercílio, e ainda levou um cartão amarelo que o tira do duelo com a Venezuela.

Essa suspensão pode até ser vista como um mal menor, já que o atacante de 24 anos não corre mais risco de perder o clássico contra a Argentina, no dia 10 de novembro, no Mineirão, por acúmulo de cartões.

Willian e Paulinho de volta

Para Philippe Coutinho, principal cotado para substituí-lo desfalque de Neymar é “uma perda”, mas “a responsabilidade para criar as jogadas tem que ser dividida entre todos”.

Contra a Bolívia, o meia do Liverpool foi escalado na ponta direita, no lugar de Willian, e teve ótima atuação, marcando um gol e participando de várias jogadas de perigo.

Na ausência de Neymar, Coutinho deve jogar na esquerda, posição na qual costuma atuar no seu clube, com Willian voltando a a ser titular do outro lado e Gabriel Jesus mantido como centroavante, como apontou o treino de domingo, ainda em Natal.

No meio, Paulinho, que cumpriu suspensão na última partida, deve começar a jogando, apesar da ótima atuação de Giuliano contra os bolivianos.

De volta à seleção depois de um ano e três meses de ausência, Thiago Silva vai provavelmente ter que esperar mais um pouco para voltar a campo, já que a “coerência” pregada por Tite indica que a dupla Marquinhos-Miranda será mantida na zaga.

Do lado venezuelano, o técnico Rafael Dudamel deixou claro que a seleção ‘vinotinto’ precisa ir para o tudo ou nada para tentar deixar a lanterna.

“Não temos outra coisa a fazer a não ser olhar para frente, se levantar e mostrar força e caráter”, analisou o treinador, que não quer ceder ao desespero apenas de ter somado apenas um ponto nas primeiras nove rodadas.

Mesmo assim, o Brasil não pode entrar com salto alto, já que a Venezuela costuma se superar em grandes jogos, como mostrou nas últimas edições da Copa América, quando sempre chegou ao mata-mata.

Na última partida em casa, no mês passado, segurou o empate em 2 a 2 com a Argentina.

A partida está marcada para 2030 locais (21h30 no horário de Brasília), no estádio Metropolitano de Mérida, com arbitragem do peruano Víctor Carrillo.

Prováveis escalações:

Venezuela: Dani Hernández – Roberto Rosales, Wilker Ángel, José Manuel Velázquez, Mikel Villanueva – Tomás Rincón, Arquímides Figuera – Alejandro Guerra, Juan Pablo Añor, Adalberto Peñaranda – Salomón Rondón. T: Rafael Dudamel.

Brasil: Alisson – Daniel Alves, Marquinhos, Miranda, Filipe Luís – Fernandinho – Paulinho (ou Giuliano), Renato Augusto, Philippe Coutinho, Willian – Gabriel Jesus. T: Tite.

erc/cl/lg/mvv