QUARTA-FEIRA 17  Mãe leva filho pequeno à manifestação de rua, em Caracas: a população não recuará em sua determinação de enterrar o chavismo
QUARTA-FEIRA 17
Mãe leva filho pequeno à manifestação de rua, em Caracas: a população não recuará em sua determinação de enterrar o chavismo (Crédito:Christian Veron)

Nicolás Maduro é a prova viva de que regimes bolivarianos, por mais que estejam em estado terminal, sempre podem piorar nas próximas vinte e quatro horas – sobretudo no quesito repressão. Em 2014 as milícias chavistas mataram, em três meses, quarenta e três pessoas numa série de protestos contra o governo. No mês passado, a mesma força repressora, novamente acatando ordens de Maduro, matou vinte manifestantes. Some-se a isso alguns dias, chega-se à sexta-feira 19, e o número de mortos mais que dobrou: já são quarenta e oito. Claro que é igualmente lamentável e condenável os governos antidemocráticos assassinarem um ou um milhão de opositores. Fez-se a conta, portanto, somente para se demonstrar que quanto mais a economia da Venezuela se esfarrapa, quanto mais os venezuelanos vão às ruas, mais se agrava a insanidade de Maduro de não deixar o poder. Na semana passada, pela sétima vez a contar de janeiro de 2016, ele decretou estado de exceção no país, outorgando-se “poderes especiais” (entenda-se inconstitucionais). A desculpa demagógica é sempre a mesma, a de solucionar a crise econômica e social. Mais: ordenou a ocupação militar do estado de Táchira, um dos principais focos de oposição. A boa notícia, em meio ao deplorável espetáculo de brutalidade e miséria protanizado pelo governo, é que pela primeira vez o Conselho de Segurança da ONU avalia a situação do país. Também a OEA e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos se reunirão para tratar do assunto. Já o fazem tarde demais e só o fazem, agora, porque entenderam que a população não abandonará as ruas nem voltará atrás em seu movimento de enterrar o chavismo.

CASSINOS
No Brasil, o jogo nasce viciado

Não há cassino no mundo (com o jogo legalizado ou proibido) que não lave dinheiro. No Brasil há quem diga que, uma vez legalizados, os cassinos serão honestos. Essa tese vale menos que par de sete se Eike Batista contar, em delação premiada, sobre os parlamentres que comprou para atuarem a favor de tal legalização. Se a coisa já nasce com corrupção, o que virá depois que estiver funcionando a todo vapor?

COMPORTAMENTO
Queda pelo WhatsApp

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Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press

O diretor de Comunicações da Polícia Civil do Distrito Federal, delegado Miguel Lucena, foi tirado do cargo. Motivo: em seu grupo de WhatsApp ele atribuiu às mães a culpa pela violência sexual contra crianças, “devido ao rodízio de padrastos”. Disse mais: “se a mulher leva para casa o primeiro que encontra no bar, ela é culpada”.

CULTURA
Fracos livros digitais

O crescimento do mercado de livros digitais no Brasil é fraco. Dados da consultoria Rüdiger Wischenbart, uma das principais do mundo nesse setor, mostram: o índice em 2016 foi de apenas 6,89%; no ano anterior, 4,27%. Entre as livrarias virtuais, o site Amazon mantém a liderança: 55% dos e-books comercializados no País.

LEILÃO
AMANTE CARA

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Reprodução

Foi leiloado em Nova York um dos mais famosos quadros (óleo sobre tela) de Pablo Picasso: “Femme assise, robe bleue”. Valor: US$ 45 milhões (quase R$ 140 milhões). A obra retrata Henriette Markovitch, quarta amante do pintor (teve sete), e fora confiscada pelos nazistas, na França. É datada de 1939. Nessa época Picasso se relacionava amorosamente também com Frida Kahlo.

AIDS
Teste arriscado

O Brasil terá teste para HIV vendido em farmácias. Vivem no País, sem diagnóstico, cerca de 500 mil soropositivos, mas essa solução caseira não é a ideal. Há casos de suicídio devido a resultado falso positivo. E ao contrário da testagem laboratorial, esse exame também dá falso negativo numa janela imunólgica de até 120 dias.

LAVA JATO
S.C. + S.C. = R$ 300 milhões

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Domingos Peixoto / Agência O Globo

Sérgio Cabral capricha: não houve no Brasil, até hoje, preso que conseguisse reunir, em menos de um ano, oito processos contra si. Na linguagem da cadeia, “é bonde de B.O”. Na linguagem de gente honesta, é um trem de roubalheira. Cabral é réu, dessa vez, por desvio de dinheiro da área da saúde. O ex-governador do Rio de Janeiro, segundo o MPF, cobrava propina sobre os contratos, e o operador do esquema era o ex-secretário da Saúde Sérgio Côrtes. Dupla S.C. Rapinaram R$ 300 milhões. “Essa denúncia é a ponta do iceberg da corrupção na saúde”, diz o procurador regional da República José Augusto Vagos. Sobre o que será o nono processo?