O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) minimizou a alta rejeição projetada por pesquisas de intenção de voto e afirmou que o segundo turno será outra disputa. A declaração foi dada durante um encontro com parlamentares e lideranças partidárias, realizado nesta segunda-feira, 7, na zona central de São Paulo.

Boulos obteve 29,07% dos votos válidos no primeiro turno, contra 29,48% de Ricardo Nunes (MDB). É a disputa mais acirrada de SP desde a redemocratização, o que acelerou o ritmo da corrida eleitoral.

No primeiro dia de segundo turno, o deputado atacou Nunes e disse ver uma disputa zerada na próxima etapa da eleição. Ele ainda prometeu intensificar as agendas nos próximos dias, mantendo o foco nas periferias.

“São Paulo não pode mais continuar sendo governado por um pau mandado do centrão, que é o atual prefeito. São Paulo tem a oportunidade de construir um projeto solidário, humano, que faça com que a cidade mais rica do Brasil seja exemplo de igualdade social, inovação, sustentabilidade, que seja boa de viver para todos e para todas”, declarou o candidato do PSOL.

“O que define eleição é voto. Uma parte importante do eleitorado votou pelo sentimento de mudança. E vamos ver isso nas próximas semanas aqui em São Paulo.”

A primeira agenda do segundo turno não teve a participação de sua vice, Marta Suplicy, que teve maior presença no fim do primeiro turno do que em toda a campanha. A situação é parecida com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, mesmo sendo a única prioridade do petista, participou de apenas três agendas de campanha e de algumas propagandas eleitorais do psolista.

Questionado sobre a cobrança para ter maior participação de Lula, Boulos assegurou a participação do petista em sua campanha, mas ressaltou as limitações enfrentadas devido à importância do cargo.

“Ele é presidente da República, ele precisa governar o Brasil, não é como algumas figuras que podem sair por aí, sequer elegíveis são, e saem por aí fazendo politicagem”, salientou o candidato.

O candidato do PSOL também garantiu a participação em todos os debates previstos para a disputa do segundo turno. Ao todo, serão 12 eventos marcados.

A fala foi uma cobrança a Ricardo Nunes, que tem se articulado para reduzir esse número para apenas três. Caso não tenha sucesso, o emedebista deve escolher os eventos que participará e destinar a maior parte do segundo turno para agendas de rua.

“Não faltarei em nenhum debate, espero que esse seja também o compromisso com o meu adversário, que não se esconda, não fuja de debates, que participe para que a cidade possa comparar ideias, trajetórias, figuras e aliados. É isso que pode definir o segundo turno em São Paulo.”

*Luma Venâncio, estagiária sob supervisão