Ao longo de sua carreira sempre cobrindo festas e celebrações, o apresentador Amaury Jr., está sentindo muito o fato de ficar em isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus.

“Não há qualquer prognóstico ou previsão de quando teremos novamente um cenário como antes. A não ser que a vacina seja logo descoberta, se prove eficaz e não tenhamos mais medo de confraternizar e abraçar todo mundo. Quando isso acontecer, e se acontecer, teremos a maior festa do mundo”, disse o jornalista em entrevista ao jornal Extra, do Rio de Janeiro.

Amaury também falou que precisou se reinventar: “Meu trabalho sempre dependeu do externo. Seja nos eventos ou viagens. Agora, estou fazendo entrevistas gravadas através do Zoom e as pautas têm sido em torno da pandemia. Já entrevistei os maiores médicos e pesquisadores do Brasil para tentar entender e explicar o que se passa. Ainda assim, recebemos uma carga imensa de notícias que, muitas vezes, são desencontradas.

Sempre muito festeiro e viciado em trabalho, ele achou até bom essa pausa ‘forçada’. “Eu que sempre reclamava da falta de tempo, poderia finalmente usar esse ócio para organizar meus arquivos em casa, pensar pautas para discutir com a minha equipe, produzir mais. E sabe o que eu fiz? Nada! Eu passei um mês fazendo absolutamente nada. Essa é a verdade”, confessou.

A pandemia trouxe uma crise financeira que atingiu várias pessoas. Com Amaury não foi diferente. Ele revelou que precisou dispensar funcionários e adiar a inauguração de um novo estúdio que montou como se fosse uma casa. “O projeto arquitetônico previu uma cozinha, mesas no jardim, um bar, e nada disso posso usar porque preciso de pessoas nestes espaços”, lamenta.

Ele ainda contou que se estivesse sozinho em casa já tinha ‘batido o pino’. Mas ele não vê apenas o lado negativo de estar vivendo este momento.

“Eu sempre fui consumista. Não sou mais. Quantas coisas não preciso ter! Agora acabou, acabou. Eu percebi que fazia várias coisas erradas e que quero corrigir. Queria colaborar mais, ajudar mais do que ajudo. E olha que consegui reunir amigos com bastante dinheiro para doar às instituições sérias. Eu só não consigo fazer mais e isso me aborrece”, observa: “Não consigo achar que uma doença assim, um vírus, tenha alguma coisa positiva. Mas vendo as grandes crises que o mundo já teve, guerras e pandemias, também houve uma transformação que trouxe ao mundo muitas coisas interessantes, como invenções e novas formas de comportamento. Espero que nesta também tenhamos isso. O que me conforta é que não estou sozinho nisso. Todos estamos passando pelo mesmo. Mas é cruel demais pensar que existem aí quase 60 mil famílias dilaceradas e enlutadas pela perda de gente querida”, concluiu.