O forte calor no interior do estádio Olímpico de Esportes Aquáticos, que não teve um sistema de ar-condicionado instalado para reduzir custos, será amenizado para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 com ventiladores – mas apenas para os atletas. A informação é do diretor-executivo da Federação Internacional de Natação (Fina), Cornel Marculescu, que disse ter recebido a promessa da Prefeitura do Rio.

“Aqui na piscina vamos ter ventilação artificial. Conversamos com o prefeito (Eduardo Paes) e creio que será feito em breve. Não é ar-condicionado, é uma ventilação artificial para os atletas”, disse Marculescu nesta sexta-feira. Ele está no Rio acompanhando o Troféu Maria Lenk, que também está servindo como evento-teste para a Olimpíada.

Gerente geral de Esportes Aquáticos do Rio-2016, o ex-nadador Ricardo Prado confirmou a informação. “A Prefeitura disse que está fazendo um estudo e a gente aguarda com grande ansiedade o resultado disso. Conforme o prefeito falou, ele entende que isso é muito importante e vai dar o máximo para tornar isso realidade”.

A Fina reclamou muito nos últimos dois anos sobre mudanças no projeto original do estádio aquático, que receberá as competições de nado e polo aquático nos Jogos do Rio. Além da falta do ar-condicionado, a federação reclamou da piscina de aquecimento sem cobertura e da capacidade de público abaixo da prometida – de 18 mil, o estádio não deverá receber mais do que 15 mil torcedores por evento.

Nesta sexta-feira, porém, Marculescu demonstrou resignação. “Estamos realistas”, comentou. “Tenho que reconhecer que tivemos progresso, afinal estamos aqui. Não sabíamos se a competição sairia aqui, poderia ir para o Maria Lenk, mas não foi necessário. Tem muito trabalho a ser feito, mas há tempo para isso”, ponderou o dirigente, lembrando que o local corria o risco de não sediar a competição por atraso na entrega da obra, inaugurada (ainda incompleta) na sexta passada pela presidente Dilma Rousseff.

O dirigente também fez elogios à estrutura. “Tenho que reconhecer que é muito bonito. O que não é visto em muitas piscinas é essa luz. A qualidade da luz, branca, deixa uma iluminação que à noite é fantástica. Não existem muitas piscinas assim e isso é muito importante”, explicou Marculescu. “Agora a nossa preocupação é fazer, nestas condições, a melhor competição possível. Queremos os atletas felizes, que quebrem muitos recordes e que tenha muito público e que tenha muita gente assistindo de casa pela televisão”.