Selena Gomez é o tipo de artista que não tenta mais esconder suas fragilidades. Desde 2020, por exemplo, ela vem abrindo o jogo sobre o diagnóstico de bipolaridade, as internações e até os pensamentos suicidas que teve. Esse foi um dos temas da entrevista para a Rolling Stone americana de dezembro, em que ela está na capa.

“Vou ser muito honesta sobre tudo isso: estive em quatro centros de tratamento”, contou à repórter. “Começava com depressão, depois ia para o isolamento”, disse ela. “Então, eu não conseguia levantar da minha cama. Eu não queria que ninguém falasse comigo. Meus amigos me traziam comida porque me amavam, mas nenhum de nós sabia o que era. Às vezes, passava semanas na cama, onde até mesmo descer as escadas me deixava sem fôlego”, relembrou.

Apesar de nunca ter tentado suicídio, a artista revelou que a ideia passou pela cabeça algumas vezes. “Pensei que o mundo seria melhor sem mim”, contou a estrela pop.

Em 2018, ela teve um episódio de mania, característico da desordem bipolar, em que ela precisou ser internada. Segundo apurou a jornalista, ela começou a ouvir vozes e entrou num ciclo de paranoia e psicose profundo. Sobre esse episódio, a entrevistada teria dito que pouco se lembra do que aconteceu. A mãe de Selena soube da internação pelo TMZ, site especializado em notícias de celebridades.

Após erros e acertos com médicos e remédios, ela disse que a situação foi melhorando aos poucos. “Eu tive que aprender a lembrar de certas palavras. Eu esquecia onde eu estava quando estávamos conversando. Foi preciso muito trabalho para (a) aceitar que eu era bipolar, mas (b) aprender a lidar com isso porque não ia desaparecer”, confessou.

Sobre o tema, a artista aproveitou a visibilidade que tem para produzir duas séries para a Netflix: uma chamada “Realidade Não Documentada”, sobre famílias de imigrantes nos Estados Unidos e outra chamada “13 Reasons Why”, que trata do suicídio pelo olhar de adolescentes.

Além disso, ela fundou o “Rare Impact Fund”, cujo objetivo é arrecadar US$ 100 milhões para fazer coisas como incluir saúde mental no currículo das escolas americanas e combater o estigma contra doenças mentais que podem impedir as pessoas de procurar ajuda.