O projeto do Botafogo para criar uma “sombra” a Gatito Fernández e ter um sistema para substituir o atual camisa 1 a médio/longo prazo tem um nome: Lucas Perri. O goleiro de 24 anos foi contratado junto ao São Paulo após se destacar pelo Náutico, clube que estava emprestado, e assinou até 2025.

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O arqueiro tem passagem de sucesso pelas categorias de base, mas foi ‘desabrochar’ mesmo apenas na atual temporada, vestindo a camisa do Timbu. Pelos times inferiores do São Paulo, ele venceu duas Copas do Brasil sub-20, uma Libertadores sub-20 e um Brasileiro de Aspirantes. Na Seleção sub-20, ele possui o Torneio de Toulon de 2019.

A coisa, contudo, não caminhou como o esperado na transição entre base e profissional. Perri subiu para o time profissional do São Paulo em 2018, mas foi estrear apenas no ano seguinte. Ao todo, ele entrou em campo apenas nove vezes pelo Tricolor.

– Para mim são dois motivos (pela falta de espaço) e eles até têm relação. O primeiro é a boa fase do Volpi na chegada. Em 2019 foi muito bom, foi o melhor goleiro pós-Ceni, e conseguiu se estabelecer, tanto que o São Paulo até o comprou no fim do ano. O segundo é meio que a confiança da diretoria em jogadores experientes na posição em relação a jovens. O Renan Ribeiro foi um dos primeiros testados na posição depois do Ceni e não deu certo. Desde então a diretoria meio que estabeleceu que só jogadores com currículo poderiam estar lá. O Volpi chegou como multicampeão no México e com moral – explicou Rafael Marson, jornalista do LANCE!.

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– Acho que o Perri nunca teve a chance de se provar no São Paulo. (Jogar) Um jogo contra rival ou um mata-mata. Ele até jogou partidas de Libertadores, mas foi contra o Rentistas quando o time já estava classificado e foi com o time todo reserva, ele também jogou contra o CSA em um jogo que já não importava porque o time já sabia qual seria a posição que ficaria no Brasileiro. Ele nunca teve um jogo grande para mostrar à torcida que precisava de um voto de confiança – completou Rafael.

Lucas Perri - CSA x São Paulo

Lucas Perri contra o CSA, no único jogo de Brasileirão que fez na carreira (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

A REDENÇÃO NO NÁUTICO
Lucas Perri mostrou o potencial que tanto prometia no Náutico. Ele foi emprestado ao Timbu no começo do ano em uma negociação que teve o dedo de Muricy Ramalho, um dos diretores do São Paulo e que teve uma passagem pelo clube pernambucano quando jogador.

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Não demorou muito para assumir a titularidade. O Timbu precisava de um goleiro titular depois da saída de Anderson, que retornou para o Athletico Paranaense após o fim do empréstimo – vale lembrar que o arqueiro teve um bom desempenho em 2021.

– Ele chega para substituir o Anderson e rapidamente consegue se destacar. Mesmo o Náutico tendo problemas de zaga, esse ano com um cenário ainda pior, porque o time errou muito nas contratações, o Perri conseguiu salvar desde o início… Clássicos contra o Sport, pegando pênalti em semifinal de Copa do Nordeste, pegando dois pênaltis na final do Estadual, ele tomou conta da posição. Foi a melhor contratação do Náutico na temporada, ninguém vai chegar perto do que o Perri apresentou aqui – garante Lucas Holanda, setorista do Náutico no “NE 45 Minutos”.

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Por falar em pênaltis, Lucas Perri tem muito de Gatito Fernández no que diz respeito à frieza na marca de cal: o goleiro de 24 anos defendeu seis cobranças – contando disputas de pênalti – na temporada.

– Ele foi evoluindo cada vez mais. Saída com os pés, saída aérea, mano a mano… O Náutico tem a defesa mais vazada da Série B e é o time com mais derrotas, mas sem o Perri a situação do Náutico não sei nem se seria 21 pontos (na Série B). O jogo contra o Itauno o Náutico empata com ele pegando pênalti. É um goleiro que foi uma peça muito decisiva apesar da temporada vexatória que o clube faz – completou.

Perri foi o herói da conquista do título Pernambucano. Após empate no placar agregado entre Náutico e Retrô, ele pegou duas cobranças de pênaltis na decisão na marca da cal e garantiu a conquista ao Timbu.

Na Série B, Lucas Perri teve médias de 3.1 defesas (70% de sucesso) e 14 passes certos (60%) por partidas. Os dados são do “SofaScore”.