Ser convocada para a seleção é o sonho de qualquer atleta. Disputar a decisão de um campeonato nacional, também. Nesse momento há nove jogadoras nesse cenário no futebol brasileiro. São atletas de Corinthians e Avaí/Kindermann, que se enfrentaram no último domingo na Ressacada, em Florianópolis, onde empataram por 0 a 0, e agora estão juntas na preparação para dois amistosos do Brasil contra o Equador, antes de se reencontrarem para decidirem o Nacional.

Rivais no fim de semana, Bárbara, Júlia Bianchi, Duda e Camila, do Kindermann, e Tamires, Erika, Letícia, Adriana e Andressinha, do Corinthians, inclusive se apresentaram juntas para a seleção, onde têm treinado sob o comando da técnica Pia Sundhage, em atividades realizadas no CT Joaquim Grava.

O Brasil disputará dois jogos com o Equador. O primeiro será na sexta-feira, na Neo Química Arena. Depois, na terça, o duelo está marcado para o Morumbi. Na sequência, em 4 de dezembro, novamente em Itaquera, as nove atletas estarão divididas em lados diferentes, para o segundo duelo da final do Brasileiro Feminino entre Kindermann e Corinthians.

“É o momento de trocar a chave. São todas profissionais, levando isso de forma natural. Nos tratamos com naturalidade, como companheiras de seleção”, afirmou Julia Bianchi, em entrevista coletiva.

A jogadora do Kindermann, uma das novatas da seleção, vê a presença de várias atletas dos finalistas do Brasileiro como um exemplo do acompanhamento atento do campeonato por Pia. “São fruto das observações da Pia. Mostra o trabalho de acompanhamento da Pia do campeonato”, acrescentou.

Duda, outra novata da seleção e atleta do Kindermann, também garante encarar esse encontro com as rivais na briga pelo título do Brasileiro Feminino com naturalidade. “A gente conhecia as jogadoras do Corinthians de outros campeonatos. Jogamos umas contra as outras várias vezes. É normal, tranquilo e a gente se dá bem. Até porque aqui, temos que nos respeitar, porque estamos na seleção brasileira”, disse.

O Kindermann, aliás, não chegou a despontar como um dos favoritos ao título do Brasileiro, tanto que avançou às quartas de final somente na sexta posição. Mas agora está na decisão e com quatro atletas convocadas por Pia. Algo que Duda aponta ser resultado do trabalho desenvolvido no clube catarinense, um dos mais tradicionais do futebol feminino.

“Nós jogamos sempre umas pelas outras e eu acho que foi isso que nos ajudou a estar na seleção. Acho que o Avaí/Kindermann tem muita qualidade e o motivo de estarmos aqui hoje é essa coletividade”, concluiu.