A preparação da seleção brasileira masculina de tênis de mesa para Tóquio-2020 já começou. Serão quatro ciclos em Ochsenhausen, na Alemanha, antes de um período de aclimatação em Hamamatsu, no Japão, já às vésperas dos Jogos Olímpicos. Hugo Calderano e Vitor Ishiy participarão de todo o processo e aguardam Gustavo Tsuboi e Eric Jouti, que se juntam nas próximas semanas. Ao todo, quase 80 dias de preparação com uma comissão técnica multidisciplinar, adversários internacionais e até local ambientado.

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Os técnicos Jean-René Mounié e Michel Blondel compõem a equipe neste primeiro momento, acompanhados pelo fisioterapeuta Mikael Simon e pelo psicólogo Makis Chamalidis. Foram definidos quatro períodos de treinamentos: de 7 a 20 de maio; de 24 de maio a 4 de junho; de 7 a 18 de junho; e de 24 de junho até 9 de julho. Em seguida, a partir de 12 de julho, os brasileiros estarão em Hamamatsu para a fase de aclimatação a poucos dias do início dos Jogos Olímpicos.

O centro de treinamento em Ochsenhausen foi totalmente decorado com fotos de grandes vitórias, bandeiras do Brasil e as cores do país. Tanto Calderano quanto Ishiy participam das atividades desde o primeiro dia, enquanto que Tsuboi e Jouti chegam para os dois últimos ciclos por questões burocráticas e pela reta final das ligas europeias. Assim acontece também com o técnico da seleção masculina, Francisco Arado, o Paco, que se juntará à comissão técnica no decorrer da preparação.

Durante os dois primeiros períodos, o foco será no trabalho físico com Simon. A parte técnica será intensificada gradativamente, segundo Mounié, que destaca a importância desta sequência de treinamentos. “É realmente excepcional ter 2 meses para preparar os jogos. Até agora, nunca aconteceu. Vamos nos adaptar, não vamos começar com um ritmo frenético desde o início. Os atletas vão ter que encarar como uma sequência importante”, afirmou.

Mounié revela que os brasileiros terão a companhia de oito a 10 jogadores de várias nacionalidades – como Hungria, Espanha, França, Índia e Polônia – para complementar o treinamento, como sparrings. “Temos um protocolo bem claro com cada atleta para minimizar os riscos o máximo possível. Michel Blondel e eu cuidamos dos conteúdos dos treinos. Quanto mais avançarmos, mais preciso e individualizado será”, explicou o treinador.

Com uma comissão técnica composta por profissionais de diferentes perfis, a ideia é preparar os brasileiros em todos os espectros: técnico, físico e mental. “Esse é nosso jeito de trabalhar. O Michel cuida bastante do treino, da evolução técnica dos atletas. Eu tento trazer um valor agregado com a relação entre os treinos e as necessidades da competição. Como transferir esse ‘saber fazer’ nos jogos. São dois conceitos complementares. O Mikael cuida da parte física: saúde e preparação”, completou Mounié.