Depois de 13 meses de ausência em etapas da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica por causa da pandemia do novo coronavírus, a seleção brasileira de conjunto volta a competir nesta sexta-feira em Baku, no Azerbaijão. O evento é considerado um dos mais importantes nesta reta final de preparação em busca da vaga olímpica nos Jogos de Tóquio-2020.

Geovanna Santos da Silva, ginasta que vai estrear em competições pela seleção, chama atenção principalmente por causa da sua trajetória de superação. Ela é fruto de um projeto familiar. Nascida no norte do Espírito Santo, em Pinheiros, maior polo produtor de mamão do País, a ginasta de 18 anos chegou aonde chegou com muito esforço dos Silva.

Depois de a atleta conseguir aprovação num teste para ingresso no clube Ítalo-Brasileiro, em Vitória, o pai deixou um trabalho na extração de granito e, na capital capixaba, foi encontrar colocação na fabricação e montagem de aparelhos de academias de musculação. Hoje, Amarildo trabalha como pedreiro e entrega coco em quiosques das praias.

Já o irmão da atleta, João, também apaixonado por esportes, foi fazer Educação Física e se tornou árbitro de ginástica rítmica, com a intenção de ajudar a irmã e sua treinadora na montagem de séries.

“Acompanhava as competições da minha irmã e não entendia porque às vezes saíam umas notas baixas para séries super-bem preparadas. Aí resolvi fazer um curso de arbitragem para poder ajudar a Gigi (Gizela Batista), que era a técnica da Geovanna no individual, a preparar o trabalho. Como ela é muito aberta a essas contribuições, formamos um ótimo time”, diz João, que se empolgou com a GR, a ponto de abrir o Centro de Treinamento Geovanna Santos, uma academia especificamente voltada para a prática do esporte.

Geovanna é toda agradecimentos. “É muito importante saber que posso contar sempre com a minha família. Eles largaram tudo para trás, mudaram-se para a capital para que eu pudesse realizar todos os meus sonhos. Minha família é a base de tudo, sempre pude contar muito com o apoio deles, principalmente do meu irmão, que é o meu maior incentivador. Ele contribui para o meu crescimento no esporte, dando várias dicas para eu melhorar, seja na parte corporal ou na artística, e isso é muito importante para mim.”

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Com talento de sobra, mas grana curta, Geovanna sempre soube que teria que se desdobrar para poder realizar seus sonhos. “Foram anos vendendo docinhos, rifas e livros de ouro para poder ir para campeonatos e treinamentos quando competia no individual. Quando recebi a notícia da convocação, fiquei muito feliz, chorei muito, por saber que tudo valeu a pena e continua valendo. Hoje sou ginasta da Seleção Brasileira e vou poder representar o meu País. Estamos perto de conquistar a vaga e de participar da Olimpíada, e isso é maravilhoso, só tenho que agradecer a todos que fazem e que fizeram parte desse processo.”


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