Teoricamente favorita para a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, a seleção de basquete dos Estados Unidos viaja para Tóquio nesta terça-feira com apenas oito jogadores e problemas de todos os tipos ligados à pandemia de coronavírus, cujo último episódio foi o isolamento de Zach Lavine.

O fantasma de um surto de covid-19 pairou sobre a equipe durante seu período de concentração em Las Vegas (Nevada), onde os Estados Unidos sofreram diante de seu público duas derrotas incomuns em amistosos contra Nigéria e Austrália.

O veterano técnico Gregg Popovich tenta gerar uma química entre os jogadores acostumados a serem as maiores estrelas em suas franquias, mas, seis dias antes da estreia olímpica contra a França, ele nem sabe ao certo qual time terá sob seu comando.

No contratempo mais recente, o ala-armador Zach Lavine, do Chicago Bulls, foi deixado de fora do voo para Tóquio ao entrar no protocolo contra o coronavírus por precaução, poucas horas depois do amistoso contra a Espanha em que jogou durante 22 minutos, marcando 13 pontos.

A Federação dos Estados Unidos, que não especificou se Lavine testou positivo ou se teve contato com uma pessoa infectada, não o substituirá por enquanto, já que espera que ele possa viajar para Tóquio no final desta semana.

Popovich tem assim uma nova dúvida antes do complicado duelo contra a França, equipe que eliminou os Estados Unidos nas quartas de final do Mundial da China-2019.

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Um possível desfalque de Lavine, que teve uma média de 27,4 pontos nesta temporada, se juntaria ao do armador titular Bradley Beal (Washington Wizards), o segundo maior cestinha da NBA (média de 31,3 pontos).

Beal, que disputou os três primeiros jogos de preparação, e o ala-pivô Kevin Love (Cavaliers), que deixou o time devido a uma lesão, foram substituídos pelo jovem Keldon Johnson (Spurs) e pelo veterano JaVale McGee (Cavaliers), diminuindo a força da equipe.

Além de Lavine e Beal, o ala-pivô Jerami Grant (Pistons) também teve que se isolar da equipe devido aos protocolos de prevenção, mas deve integrar a delegação que viaja a Tóquio.

As preocupações sobre um eventual surto dentro do ‘Team USA’ levaram ao cancelamento do amistoso da última sexta-feira contra a Austrália.

– Finais da NBA ainda em disputa –

Mesmo sem novos sustos extra-esportivos, Popovich e seu assistente Steve Kerr ainda têm trabalho pela frente para entrosar um grupo de jogadores que mal atuaram juntos e mostraram problemas para se adaptar às regras da Fiba que são aplicadas nos Jogos Olímpicos.

Os Estados Unidos, que conquistaram seis das sete medalhas olímpicas de ouro em disputa desde que passaram a utilizar os profissionais, naufragaram em seus dois primeiros amistosos em Las Vegas contra a Nigéria (90-87) e a Austrália (91-83).

Após essas grandes surpresas, a equipe conseguiu se reencontrar diante da Argentina (108-80) e a Espanha (83-76), vice-campeã e campeã no Mundial da China-2019.

Astros da NBA do nível de Damian Lillard (Blazers), um grande destaque da seleção ao lado de Kevin Durant (Nets), reconheceram suas dificuldades de adaptação às diferenças de arbitragem e à menor distância da linha dos três pontos, que limita o espaço na zona onde a força física dos americanos se impõe.

Outra dificuldade: três jogadores convocados ainda nem entraram no ‘Team USA’ porque seguem lutando pelo título nas finais da NBA.

Jrue Holiday e Khris Middleton do Milwaukee Bucks e Devin Booker do Phoenix Suns poderão aterrissar em Tóquio apenas 24 horas antes da partida contra a França se as finais tiverem um sétimo jogo, que seria disputado na quinta-feira (sexta-feira já no Japão).


Popovich terá que decidir se coloca esses jogadores na quadra, com uma grande carga física nas pernas, ou se encara com um revezamento muito limitado no confronto perigoso contra a seleção que tem Rudy Gobert, jogador do Utah Jazz.

De acordo com o site The Athletic, a delegação americana inclui três jogadores de clubes europeus – John Jenkins, Josh Magette e Cam Reynolds – para evitar possíveis novos desfalques.

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