Seis crianças ucranianas deportadas pela Rússia durante a invasão da Ucrânia se encontrarão com suas famílias graças à mediação do Catar, anunciaram as autoridades deste país nesta terça-feira (5).

Moscou é acusada de ter deslocado milhares de menores dos territórios ucranianos ocupados desde fevereiro de 2022.

Este grupo de crianças, dos 8 aos 15 anos, é o segundo a ser repatriado sob um acordo negociado entre os dois países com mediação do Catar, que permitiu o regresso de quatro menores em outubro.

Doha “continua desempenhando um papel mediador entre os governos ucraniano e russo, facilitando a reunificação de mais seis crianças ucranianas com as suas famílias, a tempo das festas” de fim de ano, disse Lolwah Al Kahter, ministro de Estado para a Cooperação Internacional do Catar.

“Ambas as partes cooperaram plenamente e envolveram-se de boa fé durante todo o processo”, acrescentou.

As crianças foram levadas para a embaixada do Catar em Moscou, de onde viajarão para Kiev, passando por Minsk. Diplomatas do Catar irão acompanhá-las até a fronteira com a Ucrânia, segundo as autoridades.

Uma delas é um menino de 11 anos cuja mãe, uma soldado ucraniana, ainda está detida na Rússia; será cuidado por sua tia, em Kiev. Outro, de oito anos, morava com a avó em Kreminná, no leste da Ucrânia, desde março de 2022.

A Ucrânia acusa a Rússia de organizar a “deportação” de cerca de 20 mil crianças ucranianas para o seu território, o que levou o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir um mandado de prisão contra Vladimir Putin por crimes de guerra.

O Kremlin rejeita estas acusações e insiste que quer proteger as crianças dos combates.

Segundo Lolwah Al Khater, a mediação do Catar “responde aos pedidos da Rússia e da Ucrânia para identificar e explorar possíveis áreas de cooperação, com o objetivo de estabelecer bases de confiança entre ambas as partes”.

O Catar tem sido o centro de negociações altamente relevantes nos últimos meses, incluindo a sua mediação no acordo de trégua e libertação de reféns entre Israel e o Hamas, que expirou na última sexta-feira.

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