Excluindo-se, obviamente, os criminosos integrantes dos famigerados grupos terroristas, não há no planeta um único cidadão de bom senso que não seja totalmente a favor de maior segurança em todos os principais aeroportos do mundo. Essa vigilância mais rigorosa não significa, no entanto, ao que se está assistindo nos aeroportos brasileiros – balbúrdia e caos. São filas intermináveis de passageiros diante dos pórticos de detectores de metal e dos balcões de check-in (em média duas horas e meia de espera) e é incrível a desorientação dos funcionários.

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As novas medidas restritivas de segurança incluem exame mais detalhado da bagagem de objetos eletrônicos e revista pessoal que deve se dar em sala apropriada e com testemunha. Nesse quesito duas inconstitucionalidades estão ocorrendo. A primeira se refere a revistas feitas atrás de simples pilastras, como aconteceu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo; a segunda é o fato de o policial escolher aleatoriamente quem será revistado sem explicar-lhe pontualmente o motivo da suspeita. Atuar para que o passageiro se sinta seguro não é favor das autoridades, é obrigação.

Falta nos aeroportos do País, no entanto, investimento em aparelhos e tecnologias mais avançadas de detecção de armas e metais em geral, faltam funcionários e, detalhe imprescindível, faltam funcionários bem treinados. “Soubemos da implantação dos novos procedimentos pela mídia”, explicam alguns diretores do sindicato dos aeroportuários. “Deveria ter havido o preparo prévio daqueles que tratam com o público”, diz Edenilson Valadão, diretor do sindicato paulista dos aeroviários. Frise-se que são bem-vindas as medidas de segurança contra o terrorismo, mas em país civilizado elas não causam filas nem desrespeitam os cidadãos.


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