Segurança baseada em destruição recíproca é ‘ilusória’, diz Papa

VATICANO, 6 AGO (ANSA) – O papa Leão XIV lembrou nesta quarta-feira (6) o aniversário de 80 anos da bomba nuclear dos Estados Unidos que devastou a cidade de Hiroshima, no Japão, e criticou a busca por uma “segurança ilusória baseada na ameaça de destruição recíproca”.   

“Acontece hoje o 80º aniversário do bombardeio atômico da cidade japonesa de Hiroshima e, daqui a três dias, vamos lembrar o de Nagasaki. Desejo assegurar minha oração por todos aqueles que sofreram os efeitos físicos, psicológicos e sociais [dos ataques]”, disse Robert Prevost na audiência geral na Praça São Pedro, no Vaticano.   

“Apesar do passar dos anos, aqueles trágicos acontecimentos constituem um alerta universal contra a devastação causada pelas guerras e, em particular, pelas armas nucleares”, acrescentou Leão XIV.   

O Papa ainda pediu que “a ilusória segurança baseada na ameaça de recíproca destruição dê lugar aos instrumentos da justiça, à prática do diálogo e à confiança na fraternidade” no mundo contemporâneo, “marcado por fortes tensões e conflitos sangrentos”.   

Na madrugada de 6 de agosto de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, a Força Aérea dos EUA lançou a bomba atômica “Little Boy” (“Garotinho”) em Hiroshima, matando mais de 140 mil pessoas e destruindo aproximadamente 70% da cidade. Três dias depois, os americanos lançaram outro explosivo nuclear, chamado “Fat Man” (“Homem Gordo”), desta vez sobre Nagasaki, onde ao menos 74 mil morreram.   

Até hoje, os Estados Unidos são o único país do mundo a utilizar bombas atômicas em um conflito. (ANSA).