09/10/2024 - 7:00
Enquanto 11 capitais elegeram seus prefeitos no dia 6 de outubro, 15 levaram a disputa para um segundo turno, marcado para o próximo dia 27. Nessas cidades, os eleitores escolherão entre dois candidatos cujas distâncias na votação de primeiro turno foram de 0,42% a 27,39%.
+Como os apoios de derrotados podem definir o segundo turno nas capitais
Embates acirrados
Em três cidades, a dupla mais bem votada de candidatos no domingo teve menos de três pontos percentuais de diferença entre si. Em Curitiba, o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) contou com máquina municipal e apoios dos atuais prefeito e governador do estado, Rafael Greca e Ratinho Jr., seus colegas de partido, mas a bolsonarista Cristina Graeml (PMB) surpreendeu e, mesmo sem tempo de televisão ou estrutura partidária, chega ao segundo turno com apenas 2,34 pontos a menos do que o oponente.
Já em Campo Grande, Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União Brasil) se confrontam diretamente distanciadas por 2,10 pontos percentuais.
Mas a classificação mais parelha ocorreu em São Paulo, onde o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) pautou boa parte da campanha e, mesmo sem avançar ao segundo turno, acirrou o embate entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), separados por meros 0,42 pontos (25.012 votos) para o novo pleito.
Vantagens robustas
Por outro lado, duas capitais terão um segundo turno entre candidatos distanciados por mais de 20 pontos percentuais — e, em ambos os casos, eleições que quase se definiram em votação única.
Em Porto Alegre, a divisão da esquerda fraturou os votos entre Juliana Brizola (PDT) e Maria do Rosário (PT), esta última qualificada ao segundo turno contra o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), que alcançou 49,78% e impôs sobre a petista 23,44 pontos de vantagem.
Em João Pessoa, Marcelo Queiroga (PL) terá de reverter desvantagem de 27,39 pontos em relação ao atual prefeito, Cícero Lucena (PP). Favorito desde o início da campanha, o mandatário viu a própria esposa, Lauremília Lucena, ser presa pela Polícia Federal por suspeita de ligação com o crime organizado em 28 de setembro e perdeu fôlego para a reta final de campanha.
Com isso, a segunda vaga na disputa caiu no colo de Queiroga, ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de covid-19. Mesmo em grande desvantagem, a ida ao segundo turno consolidou mais um triunfo dos aliados do ex-presidente nas eleições municipais.
As distâncias nas 15 capitais que terão segundo turno
Emilia Correa (PL) – 41,62% dos votos válidos
Luiz Roberto (PDT) – 23,86%
Distância: 17,76%
Igor Normando (MDB) – 44,89%
Delegado Eder Mauro (PL) – 31,48%
Distância: 13,41%
Bruno Engler (PL) – 34,38%
Fuad Noman (PSD) – 26,47%
Distância: 7,91%
Adriane Lopes (PP) – 31,66%
Rose Modesto (União) – 29,56%
Distância: 2,10%
Abilio Brunini (PL) – 39,61%
Lúdio Cabral (PT) – 28,31%
Distância: 11,30%
Eduardo Pimentel (PSD) – 33,51%
Cristina Graeml (PMB) – 31,17%
Distância: 2,34%
André Fernandes (PL) – 40,20%
Evandro Leitão (PT) – 34,33%
Diferença: 5,87%
Fred Rodrigues (PL) – 31,14%
Sandro Mabel (União) – 27,66%
Distância: 3,48%
Cicero Lucena (PP) – 49,16%
Marcelo Queiroga (PL) – 21,77%
Distância: 27,39%
David Almeida (Avante) – 32,15%
Capitão Alberto Neto (PL) – 24,95%
Distância: 7,20%
Paulinho Freire (União) – 44,08%
Natália Bonavides (PT) – 28,45%
Diferença: 15,63%
Janad Valcari (PL) – 39,22%
Eduardo Siqueira Campos (Podemos) – 32,42%
Diferença: 6,80%
Sebastião Melo (MDB) – 49,72%
Maria do Rosário (PT) – 26,28%
Distância: 23,44%
Mariana Carvalho (União) – 44,53%
Léo Moraes (Podemos) – 25,65%
Distância: 18,88%
Ricardo Nunes (MDB) – 29,48%
Guilherme Boulos (PSOL) – 29,06%
Distância: 0,42%