A sede do principal partido opositor da República Democrática do Congo estava em chamas nesta terça-feira em Kinshasa, um dia depois de uma jornada de violência que deixou dezenas de vítimas.

Na sede do partido União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS) um correspondente da AFP viu dois corpos carbonizados e outras duas pessoas com queimaduras de terceiro grau.

Uma terceira pessoas estava deitada no chão com um ferimento grave na cabeça.

Nas proximidades da sede da UDPS foram encontrados recipientes de combustível vazios, o que demonstra o caráter criminoso do incêndio.

Ao mesmo tempo, incêndios destruíram as sedes das Forças para a União e a Solidariedade (FONUS) e do Movimento Lumubista Progressista (MLP), ao norte da capital do país.

A oposição afirma que pelo menos 50 pessoas morreram na repressão policial durante os protestos que exigem a saída do poder do presidente Joseph Kabila.

O ministério do Interior informou a morte de 17 pessoas, 14 civis e três policiais, um deles queimado.

Os protestos de segunda-feira tinham como objetivo dar uma “advertência” a Kabila, três meses antes do fim de seu mandato, previsto para 20 de dezembro, e exigir a convocação de eleições presidenciais.

Kabila, no poder desde 2001, não pode, segundo a Constituição, disputar um novo mandato, mas ele não deu sinais de que pretende deixar a presidência.