Sede do governo da Ucrânia foi alvo de ataques russos ‘recordes’

KIEV, 7 SET (ANSA) – Um novo ataque russo contra Kiev neste domingo (7) danificou o palácio do governo do país, anunciou a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko. Além disso, o país também acusa as forças de Moscou de um bombardeio recorde, com mais de 820 drones e mísseis. Líderes europeus criticam a ofensiva em meio às negociações de paz.   

“O telhado e os andares superiores [do edifício que abriga a sede do governo] foram danificados por um ataque inimigo.   

Equipes de resgate estão apagando o incêndio”, informou Svyrydenko.   

Segundo a aeronáutica ucraniana, a Rússia disparou entre a noite de sábado (6) e a manhã deste domingo, ao menos 823 drones e 13 mísseis, o que foi considerado um “recorde” por Kiev.   

Pelo menos quatro pessoas morreram, incluindo um recém-nascido, e dezenas ficaram feridas em diversas regiões do país, que além de Kiev, também foram registrados ataques em Sumy e Dnipropetrovsk. A ofensiva fez as autoridades declararem “estado de emergência durante as primeiras horas” do dia.   

A União Europeia condenou os bombardeios, que aconteceram em meio às tentativas de negociação de um cessar-fogo entre as partes.   

“Na noite passada, a Rússia lançou um dos seus maiores ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia, atingindo prédios governamentais e residências de civis. Mais uma vez, o Kremlin está zombando da diplomacia, atropelando o direito internacional e matando indiscriminadamente”, escreveu no X a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acrescentando que “a Europa está e continuará a estar completamente ao lado de Kiev”.   

Já o presidente do Conselho Europeu, António Costa, ironizou a atitude do mandatário russo, Vladimir Putin.   

“Falar sobre paz enquanto intensifica os bombardeios e ataques a prédios e casas do governo: esta é a versão de ‘paz’ de Putin”, afirmou Costa também no X.   

Para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, “a Rússia parece mais interessada em intensificar seus ataques contra a Ucrânia do que em buscar um fim negociado para as hostilidades”.   

“Ao lado do povo ucraniano, a Itália, juntamente com seus parceiros ocidentais, continuará a fazer a sua parte para que as demandas por uma paz justa e duradoura prevaleçam sobre as de uma agressão indiscriminada”, reforçou a premiê.   

Por sua vez, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que conversou com seu aliado, o presidente da França, Emmanuel Macron, para “adotar novas medidas de segurança” em seu território.   

“Coordenamos nossos esforços diplomáticos, próximos passos e contatos com parceiros para garantir uma resposta adequada.   

Juntamente com a França, estamos preparando novas medidas para fortalecer nossa defesa”, disse Zelensky, confirmando que “infelizmente quatro pessoas morreram e 44 ficaram feridas” em meio aos ataques russos.   

Em nota, o Ministério da Defesa de Moscou afirmou ter tido como alvo apenas instalações militares e infraestrutura relacionada.   

As forças russas “atingiram locais do complexo militar-industrial ucraniano e de infraestrutura de transporte”, declarou a pasta do governo Putin. (ANSA).