O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que está “alarmado” com os relatos de bombardeios aéreos contra comunidades do estado de Rakhine, onde os moradores afirmaram à AFP que mais de 20 pessoas morreram na segunda-feira.

O estado de Rakhine, na região oeste do país, é cenário de confrontos desde que o Exército Arakan (AA, na sigla em inglês) atacou as forças de segurança em novembro, acabando com um cessar-fogo que estava em vigor desde o golpe militar de 2021.

Guterres está “alarmado com os relatos de ataques aéreos contínuos por parte dos militares, incluindo hoje na localidade de Minbya, onde supostamente mataram e feriram muitos civis”, disse um porta-voz do secretário-geral da ONU.

Minbya fica ao leste da capital estadual de Sittwe, isolada nas últimas semanas por combatentes do AA.

O bombardeio aéreo atingiu a localidade de Thar Dar na madrugada de segunda-feira e matou 10 homens, quatro mulheres e 10 crianças, afirmou um morador à AFP.

“Não havia combates em nosso vilarejo e nos bombardearam”, disse o morador, que pediu para não ter a identidade revelada por motivos de segurança.

O recente conflito provocou o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas em Rakhine, onde a repressão militar em 2017 provocou a fuga de centenas de milhares de pessoas da etnia rohingya para o vizinho Bangladesh.

O AA é um dos vários grupos armados de minorias étnicas nas regiões fronteiriças de Mianmar. Muitos lutam contra os militares desde a independência do Reino Unido em 1948 pelo controle de recursos valiosos.

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