A ativista climática Greta Thunberg e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, trocaram farpas nesta quinta-feira no fórum de Davos, o que volta a mostrar a rejeição de Washington ao conceito de uma grande emergência climática.

Questionado sobre a exigência de Greta de um fim do investimento em combustíveis fósseis, o secretário do Tesouro americano disse em entrevista coletiva: “Que (ela) estude primeiro economia e vá à universidade, e depois venha nos encontrar”.

A jovem sueca respondeu no Twitter que seu período sabático, no qual ela não frequentou a escola, terminou em agosto e que, de qualquer forma, “não há necessidade de um diploma universitário” para verificar que os esforços para limitar as emissões de CO2 não são suficientes.

O representantes do governo americano e Greta Thunberg se enfrentam em Davos desde terça-feira, mas até agora de maneira velada, e nunca se encontraram pessoalmente.

Ao deixar a cidade suíça, o presidente Donald Trump afirmou que gostaria de se encontrar com ela.

Sem se impressionar, Thunberg lançou suas advertências à elite política e econômica, dizendo mais uma vez que o “pânico” se justifica, porque “a casa está queimando”.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, utilizou palavras fortes ao discursar nesta quinta-feira: “Seguimos perdendo a guerra contra a mudança climática!”.

Apontando uma “ameaça existencial” para a humanidade, ele pediu “uma reorientação maciça de recursos” em direção a uma economia verde.

“Se os ‘grandes emissores’ de CO2 não se unirem ao esforço internacional, ‘estamos perdidos'”.

A chanceler alemã Angela Merkel aproveitou sua 12ª participação no fórum de Davos para defender “a impaciência da juventude”, sem mencionar Greta diretamente.