Secretário diz que Fazenda não enxerga cenário de recessão técnica em 2025

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, disse nesta quinta-feira, 13, que a Fazenda não enxerga um cenário de recessão técnica em 2025. Segundo ele, para os dois primeiros trimestres do ano, a pasta trabalha com um ritmo de crescimento ainda importante, muito puxado pelas atividades não cíclicas.

A última metade do ano deve ter atividade econômica mais próxima da estabilidade, “mas não enxergamos cenário de recessão técnica em 2025”, respondeu Mello.

A projeção da Fazenda é de que o PIB cresça 2,3% neste ano.

Sobre as expectativas com a arrecadação do governo federal, Mello reconheceu que o crescimento maior baseado no setor industrial, como ocorreu em 2024, tem impacto mais relevante na entrada de receitas.

Para ele, contudo, boas notícias em 2025 estão relacionadas menos com o cenário macroeconômico e mais com medidas como o fim do Perse e a redução do estoque de compensações com a Tese do Século. “Podem nos ajudar a ter resultado tão bom ou melhor que 2024, que é o que buscamos”, disse.

Desaceleração forte

A subsecretária de Política Macroeconômica da Fazenda, Raquel Nadal, disse que, ainda que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não veja com certeza uma desaceleração econômica pelos últimos indicadores econômicos, a autoridade já contempla esse cenário em suas estimativas para 2025.

“A projeção do Banco Central já mostra crescimento de 2% em 2025. Ainda que ele Galípolo não esteja vendo desaceleração no fim do ano e no início agora, Banco Central já vê desaceleração forte em 2025”, disse Nadal, ao ser questionada sobre a declaração dada na quarta-feira por Galípolo.

Na quarta, o presidente do BC comentou os dados do setor de serviços de dezembro de 2024, que, segundo o IBGE, mostraram crescimento em relação a igual mês em 2023, com quatro das cinco atividades de serviços registrando avanços.

Galípolo deixou claro que a autoridade monetária “vai tomar o tempo necessário para ter certeza de que os novos dados são uma tendência”.

Guilherme Mello, por sua vez, reiterou que a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) já apontou indicadores antecedentes que sinalizavam desaceleração econômica. “Depois da ata, saiu um conjunto de dados que corroboram essa leitura (de desaceleração)”, disse ele.