Secretário de SP defende cachês da Virada Cultural: ‘Sempre alguém vai questionar’

Reprodução/ Rovena Rosa/Agência Brasil
Virada Cultural de SP terá shows em 24 e 25 de maio Foto: Reprodução/ Rovena Rosa/Agência Brasil

A Virada Cultural de 2025, na cidade de São Paulo, contará com a participação de grandes artistas, como Luiza Sonsa, Léo Santana e João Gomes, mas os cachês para as apresentações somam mais de R$ 6,5 milhões e têm rendido críticas à administração do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O evento, que completará 20 anos, terá agendas artísticas em 24 e 25 de maio. De acordo com a prefeitura, estão confirmadas mais de mil atrações em 21 palcos espalhados pela capital paulista.

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Principais cachês

Dados divulgados até o momento no DOCSP (Diário Oficial Cidade de São Paulo) mostram os cachês pagos aos artistas. Confira a lista com alguns valores:

  • João Gomes (valor para dois shows): R$ 750 mil;
  • Luísa Sonza (valor para dois shows): R$ 600 mil;
  • Léo Santana: R$ 550 mil;
  • Zé Vaqueiro: R$ 450 mil;
  • Liniker: R$ 420 mil;
  • Barões da Pisadinha: R$ 365 mil;
  • Michel Teló: R$ 330 mil;
  • Mc Cabelinho: R$ 295 mil;
  • Turma do Pagode: R$ 250 mil;
  • Falcão: R$ 250 mil;
  • Xamã: R$ 240 mil;
  • Alceu Valença: R$ 220 mil;
  • Djonga: R$ 200 mil;
  • Falamansa: R$ 180 mil;
  • Jonas Esticado: R$ 180 mil;
  • Vanessa da Mata: R$ 180 mil;
  • Xande de Pilares: R$ 175 mil;
  • Latino: R$ 160 mil;
  • Lexa: R$ 150 mil;
  • Beto Barbosa: R$ 140 mil;
  • Fresno: R$ 140 mil;
  • Mc Don Juan: R$ 90 mil;
  • Patati Patatá: R$ 88,6 mil;
  • Karol Conká: R$ 58 mil;
  • Luiza Possi: R$ 50 mil.

Questionado pela IstoÉ, o secretário municipal de Cultura e Economia Criativa, Totó Parente (MDB), a contratação dos artistas segue as diretrizes da Lei Federal n° 14.133/2021, que estabelece a apresentação de notas do último anos para mostrar o quanto foi cobrado de cachê por apresentação.

Se o show, por exemplo, tem um custo de R$ 100 mil, o artista não pode cobrar mais da administração municipal. “O artista tem o seu valor, e isso não tem como a gente mensurar ou estabelecer”, destacou o secretário.

Em relação às críticas sobre os valores pagos pela gestão municipal, Parente afirmou: “Tem sempre alguém que vai questionar. Não podemos esquecer que estamos próximos de uma eleição dura, com a oposição forte. Mas estamos sendo muito transparentes no processo de contratação”.

Descentralização do evento

A edição de 2025 da Virada terá 16 palcos em bairros periféricos e apenas cinco na região central da capital paulista. Segundo o secretário, a descentralização é uma determinação de Nunes, com o objetivo de “levar cultura para quem mais precisa e não tem acesso à cultura”.

“Quando alguém no extremo leste, em Guaianases, iria conseguir assistir ao show do Péricles ou do Alceu Valença? Então estamos levando o espetáculo para onde o povo está”, afirmou Parente.

Segundo dados de boletins oficiais, a Virada Cultural atraiu, no ano de 2019, 5 milhões de pessoas. Em 2022, o número caiu para 3,1 milhões e teve um pequeno aumento nos anos seguintes: 2023, com 4 milhões; e 2024, com 4,5 milhões.

“Eu assumi a secretaria faz 140 dias e tive de cuidar do aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro, e depois o carnaval. Por isso a propagação sobre a Virada não ocorreu no prazo ideal. Mas eu quero melhorar isso em 2026 e assumo o compromisso com todos os paulistanos”, afirmou.

Segurança e retorno financeiro

De acordo com a administração municipal, o evento terá reforço na segurança, com quase 10 mil agentes, incluindo GCM (Guarda Civil Metropolitana) e o apoio do programa Smart Sampa — haverá drones com reconhecimento facial sobrevoando os 21 palcos espalhados pela cidade.

A expectativa é que o evento reúna mais de 4,7 milhões de pessoas e injete R$ 300 milhões na economia local.

Referências Bibliográficas