Secretário da ONU defende agência de ajuda a palestinos

ROMA, 31 JAN (ANSA) – O secretário-geral da ONU, António Guterres, definiu nesta quarta-feira (31) a sua agência para refugiados palestinos (Unrwa) como a “espinha dorsal” da ajuda humanitária na Faixa de Gaza, depois de vários países terem suspendido o financiamento devido a acusações de que alguns funcionários teriam participado dos ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro.   

A declaração é dada um dia após o diplomata português se reunir com representantes de cerca de 15 países, incluindo a Itália, para discutir o corte da verba da Unrwa.   

“Ontem, eu me reuni com os doadores para ouvir as suas preocupações e para desenhar as medidas que estamos a tomar para as resolver. A Unrwa é a espinha dorsal de toda a resposta humanitária em Gaza”, declarou Guterres.   

Segundo o chefe da ONU, durante o encontro foi destacado a “importância de continuar o trabalho vital da Unrwa para atender às necessidade desesperadas dos civis em Gaza e garantir a continuidade dos serviços aos refugiados palestinos na Cisjordânia ocupada, Jordânia, Líbano e Síria”.   

Na sequência, Guterres apelou a todos os Estados-membros para que garantam a continuidade do trabalho da agência.   

Participando de um comitê da ONU sobre os direitos das crianças palestinas, ele reiterou ainda sua preocupação “com as condições desumanas enfrentadas pelos 2,2 milhões de habitantes de Gaza, lutando para sobreviver sem quaisquer necessidades básicas”.   

“Todos em Gaza sofrem de fome, enquanto meio milhão de pessoas enfrentam níveis catastróficos de insegurança alimentar apelo a um acesso humanitário rápido, seguro, sem entraves, ampliado e sustentado em toda a Faixa”, concluiu.   

Hoje, a Organização Mundial da Saúde também alertou que a população de Gaza “está morrendo de fome”. “Esta é uma população que está morrendo de fome. Esta é uma população que está à beira do abismo”, afirmou o diretor do programa de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan. (ANSA).