O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), sondou a economista Ana Carla Abrão Costa, atual responsável pela Secretaria da Fazenda de Goiás, para integrar sua equipe de governo a partir de 2017 à frente da pasta de Finanças e Desenvolvimento Econômico ou da Gestão.

Doria comunicou a intenção a Geraldo Alckmin (PSDB), que aprovou a ideia e consultou o governador tucano Marconi Perillo, que deu carta branca para o convite ser feito. Ana Carla já havia informado que permaneceria no cargo só até o fim deste ano, o que facilita sua indicação em São Paulo.

Com essa iniciativa, Doria tenta atingir um duplo objetivo: garantir que uma mulher ocupe um posto de destaque em sua administração e dar um caráter “ministeriável” a seu secretariado. Mulher do economista e banqueiro Pérsio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, Ana Carla chegou a ser cotada pelo presidente Michel Temer para ser ministra do Planejamento ou ocupar um cargo no Tesouro Nacional.

Filha da senadora Lúcia Vânia (PSB) e ex-diretora do Itaú, Ana Carla defende parcerias com a iniciativa privada, como concessões e privatizações, para reduzir custos e tornar o Estado mais eficiente. Também se posiciona a favor da criação de agências reguladoras, medida já anunciada por Doria para fiscalizar os futuros parceiros da Prefeitura – o tucano pretende vender os complexos de Interlagos e do Anhembi e conceder o Estádio do Pacaembu, além de parques e cemitérios públicos.

Empreendedorismo

A busca de mulheres e de jovens para compor o primeiro escalão do governo ainda pode fazer Doria “promover” a recém-eleita vereadora pelo PSDB Aline Cardoso, de 37 anos. Filha do deputado estadual Celino Cardoso, também tucano, ela é cotada para assumir a Secretaria de Trabalho e Empreendedorismo.

Empresária e defensora da economia criativa, Aline participou da elaboração do plano de governo de Doria e afirma ter sido eleita com a promessa de apoiar o uso de novas tecnologias e startups e de lutar pela rapidez na abertura de empresas na cidade – todos compromissos do tucano. “Esses serão alguns dos temas que pretendo trabalhar. Mas, por enquanto, na Câmara Municipal”, disse ontem.

A possível escolha de Aline para compor o secretariado faria parte de uma estratégia para tornar o ex-secretário da Casa Civil de Alckmin, o tucano Edson Aparecido, vereador em 2017.

Na quinta suplência, o aliado do governador só ganha um gabinete caso Doria aceite “puxar” cinco parlamentares eleitos em sua coligação.

Daniel Annenberg (PSDB), ex-presidente do Detran, é outro cotado dentro dessa estratégia. Ele assumiria Transportes ou uma nova pasta na área digital. Completariam a lista ainda os vereadores Mario Covas Neto (PSDB), Eliseu Gabriel (PSB) e Aurélio Nomura (PSDB).