11/08/2024 - 13:31
Presidente da World Athletics, o britânico Sebastian Coe afirmou neste domingo que vai considerar sua candidatura para substituir Thomas Bach na presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI) no pleito de março de 2025. O atual mandatário já disse que não tentará a reeleição.
“Sempre deixei claro que, se surgisse uma oportunidade, obviamente pensaria seriamente no assunto”, disse o bicampeão olímpico nos 1.500m (Moscou-1980 e Los Angeles-1984). “A oportunidade surgiu e claramente preciso pensar sobre isso.”
Coe também presidiu o comitê organizador dos Jogos de Londres-2012. Embora seu longo histórico no esporte, dentro e fora das pistas, pareça torná-lo um nome natural para a disputa, vários dirigentes o consideram um tiro no escuro.
Algumas posições de Coe vão contra a muitas opiniões do alto comando do COI, que Thomas Bach moldou desde que assumiu o cargo em 2013. A World Athletics, órgão que regula o atletismo, adotou uma postura muito mais dura do que outras entidades contra a participação russa em Jogos Olímpicos desde que o escândalo de doping patrocinado pelo Estado estourou, há 10 anos.
Coe pressionou pela criação da Unidade de Integridade do Atletismo, uma ramificação independente da World Athletics que cuida dos casos de doping na organização. Assim que a guerra na Ucrânia começou, Coe considerou que era uma questão de justiça não abrir exceções para os atletas russos competirem em grandes eventos de atletismo, incluindo os Jogos de Paris. O COI, por seu lado, elaborou um processo que permitiu que 15 russos participassem da Olimpíada de Paris como atletas neutros.
Além de Coe, há outros candidatos potenciais para comandar o COI como os vice-presidentes Nicole Hoevertsz, de Aruba, e Juan Antonio Samaranch Jr., cujo pai foi presidente do COI durante 21 anos. Outros candidatos poderiam ser os membros do conselho Kirsty Coventry, ex-nadadora do Zimbábue, e o príncipe Feisal al Hussein, da Jordânia. O COI nunca teve uma mulher presidente em seus 130 anos.
Aos 67 anos, Sebastian Coe seria visto como um candidato de mudança, mas também é alvo de críticas. Foi investigado por sua estreita ligação com a Nike e por fazer parte do conselho executivo da então IAAF, depois rebatizada de World Athletics, na gestão do ex-presidente Lamine Diack, que foi condenado por corrupção.
A iniciativa de oferecer prêmios em dinheiro ao vencedores da Olimpíada também pode ser um obstáculo para uma possível campanha no COI. Ele foi elogiado por atletas, mas alguns dirigentes afirmaram que esses recursos deveriam ser usados para desenvolvimento do esporte.