A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, disse nesta sexta-feira (15) que o ex-presidente Evo Morales pode deixar o exílio no México e retornar ao país, mas se fizer isso, deve “responder à justiça” por irregularidades nas eleições de outubro e por “denúncias de corrupção”.

“(Morales) Foi em paz”, e se ele voltar “sabe que precisa responder à justiça; existe”, declarou Añez.

“Há um crime eleitoral, há muitas denúncias de corrupção em seu governo”, acrescentou Añez, em seu primeiro encontro com a imprensa estrangeira no Palácio Quemado de La Paz, três dias após assumir interinamente a presidência.

Morales, que governou o país por quase 14 anos, disse quarta-feira no México que está disposto a voltar para “pacificar” a Bolívia. Afirmou ainda que, com sua renúncia, buscou deter a violência no país.

“Se meu povo pedir, estamos dispostos a retornar (…) Voltaremos cedo ou tarde (…) melhor que seja o mais rápido possível para pacificar a Bolívia”, declarou o ex-presidente em sua primeira entrevista à imprensa no exílio.

Os protestos que ocorrem no país desde o dia seguinte às eleições já deixaram dez mortos e mais de 400 feridos, segundo dados oficiais.

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Nas três primeiras semanas, as manifestações eram organizadas por opositores de Morales. Desde domingo, porém, após a renúncia, são os simpatizantes do ex-presidente que saem às ruas e enfrentam a polícia, reforçada pelos militares.


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