Cordeirópolis, SP, 9/6 – O consultor e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP) Marcos Fava Neves mostrou nesta quinta-feira, 9, ceticismo em relação à aposta no aumento do consumo de laranja feito pela indústria brasileira. Entre as iniciativas está uma campanha para fomentar o aumento da demanda pela bebida na Europa, capitaneada pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), com investimento de US$ 7 milhões. “Qual o efeito da propaganda no tomador de suco? Eu não apostaria em aumento. Se ficar como está será uma grande vitória para nós”, disse Fava Neves, em palestra na 38ª Semana da Citricultura, em Cordeirópolis (SP). Para o professor da FEA-RP/USP, a oferta restrita de suco no próximo período 2016/2017 deve pressionar ainda mais os preços e limitar o consumo da bebida. “O preço alto, mesmo com todo esforço de comunicação, pode ser mais um viés negativo.” Para Fava Neves, além do consumo limitado, o cenário do setor tem “a indústria concentrada e altamente especializada em praticamente um produto”, o varejo “com margem enorme de ganhos acima de 50%” e os engarrafadores “vendendo o produto barato” e sofrendo com praticamente uma única fonte de fornecimento, ou seja, o suco brasileiro. “Não sei como contornar isso”, concluiu.