O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) foi o entrevistado da live de ISTOÉ, na tarde desta terça-feira (18). O parlamentar fez duras críticas ao governo federal no enfrentamento à crise sanitária do Coronavírus e comentou o clima político do País diante da CPI da Pandemia.

“A não compra de vacina tem a ver com uma posição ideológica e fanática de Bolsonaro. Essa é uma CPI muito sensível, que divide o Senado, que divide o País, que, de alguma maneira, gera responsabilidade sobre o presidente da República às vésperas de uma eleição presidencial. Ela não terminará em pizza”, afirma o deputado carioca.

Formado em Economia e História, Freixo foi professor e assessor parlamentar antes de se eleger deputado federal por três mandatos consecutivos. O parlamentar ganhou notoriedade nacional quando presidiu a “CPI das Milícias” no estado do Rio de Janeiro, tendo inspirado o personagem “Diogo Fraga”, no filme Tropa de Elite 2.

O deputado comentou sobre os depoimentos na CPI, analisou a situação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e de outros representantes do governo federal.

“Pazuello cometeu todos os erros possíveis para defender um governo que é ingovernável. Um bom general não deve obedecer a um mau capitão”, frisou.

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“Bolsonaro foi um péssimo deputado, durante 30 anos foi omisso, irresponsável e ausente. A eleição dele foi um acidente”, completou.

Em uma análise do cenário eleitoral de 2022, Marcelo Freixo criticou Ciro Gomes, fez um chamamento para unidade nacional contra o fascismo e avaliou que não existe uma terceira via política no Brasil capaz de derrotar Lula e Bolsonaro.

“A eleição de 2022 será um plebiscito da Constituição de 1988. Se Bolsonaro vencer, ela acabou”, diz.

Criado no subúrbio de Niterói, no Rio de Janeiro, Freixo presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito do tráfico de armas no Assembleia Estadual do Rio de janeiro, cujo relatório foi apresentado em 2011 e que lhe obrigou a se exilar na Espanha depois de uma série de ameaças de morte, a convite da Anistia Internacional. O irmão de Marcelo Freixo, Renato, foi assassinado a tiros, por milicianos, em julho de 2006, aos 35 anos de idade.

Atualmente, o deputado federal pelo PSol é considerado um forte candidato ao governo do estado, numa aliança dos partidos de esquerda e uma frente ampla que abrigará até o Centro, com César Maia.

“O cenário [de violência, corrupção e falta de governo] do Rio de Janeiro pode estar se tornando irreversível, como o México”, disse.


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