Tem gente que, na falta de revista ou smartphone, lê bula de medicamento no banheiro. Daí resolvi experimentar, e durante meu momento escatológico, não sei o porquê, me lembrei de Jair Bolsonaro. Dizem que Freud explica, hehe.

Se o devoto da cloroquina fosse uma droga (fosse?!?) sua bula seria assim:

INDICAÇÃO: O parceiro de décadas do Queiroz é indicado exclusivamente para o combate eleitoral da cleptocracia lulopetista crônica. Uma vez debelada a doença, o tratamento de choque deverá ser interrompido imediatamente, sob risco de efeitos colaterais sérios e irreversíveis. Recomenda-se, inclusive, a destruição de todas as sobras, e a incineração imediata da caixa. É indicado também como ganha-pão de sabujos a soldo, na imprensa e na administração pública, e para pessoas afetivamente dependentes e carentes de ídolos e/ou figuras paternas

CONTRA INDICAÇÕES: O papis do senador das rachadinhas é expressamente contraindicado para qualquer um que possua mais de dois neurônios ativos, que caminhe sobre duas patas e com a espinha ereta, e que não sofra de estupidez aguda ou completa invalidez cognitiva. Pessoas sensíveis à mentira, negacionismo, obscurantismo, populismo e corrupção não devem ter contato com a droga. Mulheres, homossexuais, negros e minorias também devem manter-se afastadas.

COMO USAR: O marido da receptora de cheques de milicianos deve ser usado em dose única, no dia da eleição, e imediatamente descartado após a aplicação. Todo veneno em dose errada pode ser fatal. Caso persista o uso, caciques do Centrão devem ser chamados para atenuar os efeitos pretendidos e potencializar os defeitos de sempre.

CUIDADOS AO UTILIZAR: O maníaco do tratamento precoce é altamente nocivo e tóxico. Todo cuidado durante o uso será pouco. É essencial mantê-lo afastado de decisões que exijam capacidade intelectual e moral maiores que a compra de um saco de pipocas. É importante que seja mantido calado e distante dos holofotes. Não lhe deve ser permitida a contratação de funcionários fantasmas ou amigos milicianos.

REAÇÕES ADVERSAS: O mito de pés de barro deve ser usado com extrema parcimônia, pois reações adversas graves são bastante comuns e esperadas. Dentre elas se destacam: náusea, enjoo, vômito, diarreia, vermelhidão e tremores de raiva, vergonha, repulsa, ódio, desesperança, depressão, desespero. Seu uso também pode causar: ataques à imprensa, à democracia, ao Estado de Direito, aos Direitos Humanos, à civilização, à ciência, à medicina, à verdade. É esperado o rebaixamento das instituições democráticas, das relações políticas, do debate ideológico e do convívio harmônico em sociedade.

INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: O Coiso não deve ser ingerido com quaisquer outros medicamentos senão cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina. Também só poderá ser administrado em jejum (para não causar vômito imediato) ou após ingestão de pão francês com leite condensado e tubaína. Sua associação ao lulopetismo e sua adesão ao Centrão são tolerados por todos que fazem uso contínuo da substância.

AÇÃO DA SUBSTÂNCIA: O Capetão Cloroquina causa dependência, perda de vergonha, perda de moral, perda de razão e alucinação alguns dias após o uso. Ele age nos receptores das sinapses emocionais, responsáveis pelos instintos de humanidade, amor ao próximo e compaixão, cordialidade e respeito, tornando o indivíduo um selvagem abobado, classificado como Bolsominion. Também altera a capacidade de pensamento e de equilíbrio emocional. A razão se perde por completo e o usuário se torna uma espécie de robô, com comportamento similar ao de gado confinado.

PREÇO: A liberdade dos filhos enrolados com a Justiça e a manutenção do sistema de rachadinhas.

ONDE ENCONTRAR: Na casa do ministro Dias Toffoli; comendo pizza e assistindo futebol com o ministro Gilmar Mendes; no cafofo do Queiroz, em Atibaia; em arruaças e badernas contra a democracia; em aglomerações sem máscaras; em atos populistas; no cercadinho do Alvorada; dando cloroquina às emas do Palácio; em encontros “fora da agenda” com o advogado Wassef e nos porões do Centrão.