SÃO PAULO, 18 MAI (ANSA) – Por Renan Tanandone – A Roma celebrou neste mês de maio o 37º aniversário de seu segundo título na Série A da Itália, conquistado na temporada 1982/83.
Em entrevista à ANSA, o ex-jogador Paulo Roberto Falcão, um dos principais nomes do time giallorosso na época, relembrou a histórica campanha e disse que o título fez a torcida começar a sentir orgulho de ser romanista.
“Um título não dá para definir em uma coisa só. O que marca não é o título em si, o ato de levantar o caneco, isso é 1%. Em 82/83, os torcedores começaram a acreditar mais, então imagine uma torcida que não ganhava a liga havia mais de 40 anos, aí quando consegue vencer, imagine o que foi a cidade e a vibração deles. Isso, para mim, são as lembranças mais fantásticas, o de ver uma torcida que começou a sentir orgulho de torcer para a Roma”, afirmou o ex-craque.
Além de Falcão, aquele elenco campeão italiano tinha outros grandes nomes, como Bruno Conti, Franco Tancredi, Roberto Pruzzo, Pietro Vierchowod e Agostino Di Bartolomei, todos comandados pelo técnico sueco Nils Liedholm.
O momento era tenso para a torcida da Roma, que estava com o grito de campeão entalado na garganta desde 1980/81, quando perdeu o título para a Juventus, em um campeonato marcado pelo polêmico gol anulado do romanista Maurizio Turone em duelo decisivo entre as duas equipes.
Na edição de 1982/83, a Roma dominou o torneio e venceu a tão desejada Série A com quatro pontos de diferença para a Juve. A confirmação do título aconteceu no dia 8 de maio de 1983, em um empate por 1 a 1 contra o Genoa, em Gênova. A equipe da capital não conquistava o torneio desde a temporada 1941/42.
“O torcedor da Roma começou a olhar as outras torcidas do norte e da Europa com a cabeça em pé, esse orgulho que o nosso grupo de jogadores deu foi um negócio espetacular. Quem torce para times grandes, o cara se sente grande, e esse título da Roma, essa capacidade que o nosso grupo de jogadores deu para a torcida, foi uma coisa marcante”, acrescentou Falcão.
O ex-meio-campista afirmou ainda que aquele foi um período “muito difícil”, pois a força do futebol italiano estava concentrada no norte. Além disso, Falcão disse que a Roma começou a ter “simpatia” de outras cidades em decorrência do bom futebol apresentado.
Apesar da ligação com o clube giallorosso, o ex-craque disse não ter acompanhado a Série A ultimamente, já que o campeonato passou a ser transmitido no Brasil apenas por streaming.
A atual edição está paralisada desde março em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), e a Roma ocupa a quinta colocação, com 45 pontos. (ANSA)