PARIS, 10 DEZ (ANSA) – Em sua primeira viagem internacional, o novo chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, se reuniu nesta sexta-feira (10) com o presidente da França, Emmanuel Macron, e reforçou a “convergência sólida” na relação entre as duas nações.
“Pude ver convicções sólidas sobre diversos temas e uma convergência de pontos de vista, com uma vontade de trabalharmos juntos em uma convicção europeia que já conhecíamos, com força e determinação, e que será necessária nos próximos anos”, disse Macron durante a coletiva de imprensa sobre o encontro.
Scholz, por sua vez, ressaltou que para além da convicção, os dois estão empenhados em manter também a “solidez das finanças” e “repensar” as regras do Orçamento da União Europeia para “dar vida a uma Europa majoritariamente orientada para o investimento e para o crescimento”. Os franceses assumem a presidência rotativa do bloco em janeiro.
“Trata-se de manter esse crescimento que será gerado pelo plano de retomada. Precisamos, ao mesmo tempo, trabalhar para a solidez das nossas finanças. Não é contraditório. Para mim, são dois lados do mesmo esforço”, acrescentou Scholz.
A primeira viagem internacional do novo chanceler manteve uma tradição alemã de ir à França como primeiro compromisso oficial com outro governo. Assim como Scholz, Angela Mekel, Gerhard Schöreder e Helmut Kohl também fizeram esse gesto diplomático.
Líderes UE – Além de se reunir com Macron, Scholz teve encontros formais com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o líder do Conselho Europeu, Charles Michel, nesta sexta-feira.
Na coletiva de imprensa, Von der Leyen afirmou que a Comissão “está aberta para uma colaboração muito forte com a nova Alemanha” e que Berlim “sempre teve um papel muito importante para delinear a UE”.
Os dois líderes também discutiram assuntos relevantes para o bloco no momento, como a crise com a Rússia por conta da presença de tropas na fronteira com a Ucrânia e também sobre a pandemia de Covid-19, que está em seu pior momento no território alemão.
“Com a Rússia, nós queremos uma desaceleração nas tensões, mas as ameaças à soberania de países individuais não podem ser toleradas. Nesse caso, podemos avaliar novas sanções”, destacou a chefe do Executivo europeu.
Scholz afirmou que “está claro” que no caso de violação da soberania “haverá uma reação tanto da Alemanha como da União Europeia, mas a nossa missão é prevenir que haja um aumento [na crise] e estamos trabalhando para isso”.
Já sobre a crise sanitária, os dois concordaram que é preciso “se vacinar e providenciar o reforço” para combater também a nova variante do coronavírus Sars-CoV-2, a Ômicron. “A nossa prioridade é ter um alto percentual de vacinados”, disse Scholz, lembrando das dificuldades que o governo tem enfrentado com a resistência à vacinação dos alemães.
Já com Michel, Scholz ressaltou que “o governo alemão vai agir unido porque a Alemanha tem a UE no coração e tem sua responsabilidade em dar uma contribuição para garantir o progresso e um futuro radiante na Europa”.
“A Alemanha não pode ficar à margem. É um grande país e uma forte potência econômica”, disse destacando que os três partidos que formam o novo governo – Partido Social-Democrata, Os Verdes e Partido Democrático Liberal – “são todas forças europeístas”.
(ANSA).