O velejador Robert Scheidt teve mais um dia de oscilações nas águas de Sakaiminato, no Japão, nesta segunda-feira. Como aconteceu no domingo, o brasileiro foi irregular no Mundial da classe Laser, com apenas um 15° lugar e um 25° nas duas regatas do dia. Mesmo assim, subiu uma posição na classificação geral, para o 12º posto, e segue dentro da zona de classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

O experiente atleta precisa terminar ao menos entre os 18 melhores na competição que será encerrada na madrugada desta terça, pelo horário de Brasília. Além disso, para garantir o direito de representar o País em sua sétima Olimpíada, o velejador de 46 anos precisa ser o brasileiro mais bem colocado na disputa. A vaga, porém, só estará assegurada se outro velejador do Brasil não for medalhista no evento-teste olímpico em Enoshima, ainda neste ano, e não subir ao pódio no Mundial da Laser em 2020.

“Faltam duas regatas para conquistar o objetivo, que é a vaga em Tóquio. Não tem que fazer muita conta. Agora é lutar muito para velejar bem para fazer as duas regatas de forma consistente. Vou com tudo, mas sabendo que o importante é manter a concentração e a calma nessa etapa final. Tem muita coisa em jogo para muita gente nessa terça-feira aqui em Sakaiminato e todo cuidado é pouco. Agora é evitar os grandes erros e, como disse, tentar fazer duas regatas consistentes para me manter entre os 18 melhores”, comentou Scheidt.

Ele soma agora 71 pontos perdidos e apresenta boa vantagem sobre o atual 18º colocado, o japonês Ha Jeemin, com 99 pontos perdidos até agora. A diferença também é grande para os rivais brasileiros, que podem ameaçar a sua vaga na Olimpíada. Bruno Fontes é o 40ª geral, com 149 pontos perdidos, João Pedro Souto de Oliveira é o 41° lugar, com 151, e Philipp Grochtmann é o 87°, com 203.

Apesar da boa situação na competição, o principal velejador do País manteve a queda de rendimento em comparação ao início do Mundial. Ele chegou a figurar na quinta posição geral. “Perdi algumas oportunidades importantes hoje. Na primeira regata, poderia ter feito um Top 10. Na segunda, cheguei na bóia em um grupo grande, acabei colidindo com ela e tive que pagar uma penalidade. Dali em diante ficou difícil recuperar”, comentou.

“A largada continua sendo um ponto importante. Por outro lado, não é fácil porque todo mundo está arriscando muito. E nesse vento fraco/médio, é bem crítico conseguir uma pequena vantagem na largada para clarear as coisas depois e pegar vento limpo”, projetou.

Se conquistar a vaga olímpica, Scheidt se tornará o recordista brasileiro em participações nestes grandes eventos. E aí a meta será buscar a sexta medalha olímpica, o que também seria um recorde do País. Scheidt divide o posto de maior medalhista olímpico brasileiro com o ex-velejador Torben Grael, cada um com cinco pódios.