Com um dia de resultados frustrantes, Robert Scheidt, de 43 anos, vai para a medal race para disputar o bronze. O paulista, que briga pela sexta medalha olímpica, depende da combinação dos resultados dos adversários para subir ao pódio, nesta segunda-feira. “A pontuação embaralhou muito. Não é impossível, mas é um situação bem mais difícil do que a que eu estava ontem (sexta-feira)”, reconheceu.

Sheidt tem 87 pontos perdidos – está a 30 do croata Tonci Stipanovic, a 20 do australiano Tom Burton, e a 10 do neozelandês Sam Meech. Na regata de medalha, os pontos são dobrados. O brasileiro precisa terminar a prova com quatro barcos entre ele e Meech. A distância para o francês Jean Baptiste Bernaz, quarto lugar, é de apenas um ponto; basta que Scheidt atravesse a linha de chegada antes dele.

O velejador brasileiro saiu do mar abatido, bem diferente da disposição da véspera, quando havia enfrentado ondas de dois metros de altura,  precisou se guiar pela bússola, e terminou o dia na segunda colocação geral, a apenas 3 pontos de Stipanovic.

Depois da tormenta, velejadores tiveram um dia típico da Baía Guanabara, com poucas ondas e vento sul-este, ideal para regatas. “Foi bem frustrante, num dia como o de hoje, um dia lindo, que tem vento, não corresponder. Velejei abaixo do que eu sei”, afirmou Scheidt.

A primeira regata, na rota Pão de Açúcar, teve o pior resultado. Ele fez a primeira volta em 31.º lugar. “O barco que estava logo próximo de mim me fez um vento sujo, e me fez fazer dois bordos que para a estratégia da regata foram equivocados. O grupo que foi para o lado esquerdo da raia se beneficiou disso”, explicou. Ele ainda conseguiu avançar e ficar em 22º lugar, mas encerrou em 26º.

Na segunda regata, na raia Niterói, com ventos de 30 km/h, Scheidt começou em 19º, mas conseguiu terminar em 11º. Sam Meech, de 25 anos, passou da sexta para a terceira posição, ao obter o 12º lugar na primeira regata e vencer em seguida. O neozelandês disputa sua primeira Olimpíada. Ele havia obtido o sétimo lugar no Mundial do Canadá, em 2015.

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Na classe Finn, Jorge Zariff vai para o último dia de regatas classificatórias em sexto lugar, ainda com chances de medalha. Nas duas provas do dia, ficou em segundo e em 13º. Jorginho, de 23 anos, o caçula da equipe brasileira de vela, saiu satisfeito com as regatas e com as condições de navegação.

“(Ontem) Parecia que era um maremoto, que eu estava no Canal da Mancha. Essa é a Baía de Guanabara”, comparou.

Martine Grael e Kahena Kunze, ambas de 25 anos,  estão em segundo lugar na 49erFX. Elas fizeram quatro regatas neste sábado, o que as coloca na metade do campeonato. Venceram uma prova, terminaram outra em segundo, e fizeram ainda um 6º e 10º lugar (este descartado, por ser o pior resultado delas). O décimo lugar ocorreu por que elas cruzaram na frente das atletas de Singapura, obrigando-as a desviar. As brasileiras tiveram, então de pagar penalidade – dar uma volta de 360º.

“Tivemos quatro regatas em condições em que tudo podia acontecer, mas fizemos uma média muito boa. Quem ganhar medalha aqui será o velejador que sabe velejar em todas as condições”, afirmou Kahena. Na frente das brasileiras, está a dupla dinamaquesa, Jena Hansen e Katja Salskov-Iversen. Depois de queimar a largada na primeira regata, elas terminaram as provas quatro vezes em segundo lugar, e uma vez em quarto.

Samuel Albrecht e Isabel Swan, da Nacra 17, caíram da oitava para a décima primeira posição. Eles precisam se recuperar neste domingo para irem à medal race (somente os dez primeiros vão para a regata de medalha). Eles ficaram em 4º, 12º e 19º neste sábado, e fazem apenas mais uma prova.

Fernanda Deconop, de 29 anos, da Laser radial, se despediu da Olimpíada. Em 24º lugar, ela não vai à medal race. “Foi minha primeira Olimpíada. Claro que a gente sempre sonha um pouco mais alto, com uma medalha. A gente passou por uma semana com condições que nós não vimos em quatro anos de treinos. Mas eu estou muito feliz de ter participado dos Jogos Olímpicos. É um sentimento muito bom de poder competir ao lado das melhores do mundo”.


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