Saydnaya, a mais temível das prisões sírias

Saydnaya, a mais temível das prisões sírias

A prisão militar de Saydnaya, onde o regime sírio enforcou cerca de 13.000 prisioneiros em cinco anos, de acordo com a Anistia Internacional, é o local de detenção mais temível na Síria há décadas.

Esta prisão militar, localizada cerca de 30 km ao norte da capital Damasco, é capaz de receber até 20.000 detentos.

Antes do início do conflito no país, em 2011, havia milhares de prisioneiros, em sua maioria opositores ao regime de diferentes tendências, incluindo islamitas.

O relatório divulgado nesta terça-feira pela Anistia Internacional revela enforcamentos, estupros e torturas.

A organização aponta como prisioneiros foram estuprados ou forçados a estuprar colegas de cela e como os guardas espalhavam no chão a comida destinada aos prisioneiros.

Um precedente relatório da Anistia, publicado em 2016, já havia revelado que no inverno, com temperaturas abaixo de zero, os prisioneiros não recebiam cobertores.

A Anistia Internacional reconstituiu no ano passado a situação na prisão de Saydnaya a partir do testemunho e memórias de ex-prisioneiros

Pneus, barras de metal, cabos elétricos e cintos ficam à disposição dos carrascos que, segundo a Anistia, agem com a “crueldade mais vil”.

As salas de confinamento, 48 no total em uma ala do edifício, de acordo com um ex-detento, medem 1,8 metro por 2 ou 2,5 e recebem luz através de pequenos orifícios entre as 13 e 17h30 horas.

Em 2008, três anos antes da rebelião na Síria, o governo reprimiu uma revolta, matando 17 detidos.