Mario Adnet: refinamento que mergulha no jazz a melhor tradição da música brasileira (Foto: Ana Migliari)
Mario Adnet: refinamento que mergulha no jazz a melhor tradição da música brasileira (Foto: Ana Migliari)

“É a profanação dos sentidos / No alarido do carnaval”. Os versos de “Valsa do baque virado”, parceria de Mario Adnet e João Cavacanti, mostram o refinamento de uma poesia que consegue ser carnavalesca sem uma nota da vulgaridade que graça os hits da temporada. É a única música com letra do excelente álbum “Saudade Maravilhosa”, mas nem por isso a única que transmite um sentido claro ao ouvinte. Nas melodias que o criativo Adnet compõe estão ecos de Pixinguinha, Villa-Lobos, Radamés, Tom Jobim e Caymmi. Nos arranjos, além da influência do pernambucano Moacir Santos (grande homenageado da Orquestra Ouro Negro, que Adnet fundou em 2001 em parceria com Zé Nogueira), há um arco sonoro que vai de Duke Ellington a Toninho Horta. Não por acaso, são deles as únicas faixas não escritas por Adnet no disco: “Viver de Amor” (Toninho Horta e Ronaldo Bastos) e “Caravan” (Juan Tizol e Duke Ellington). Vencedor de seis Prêmios da Música Brasileira, em 2004 Adnet ganhou com Paulo Jobim o Grammy Latino de melhor CD Clássico por “Jobim Sinfônico” também indicado ao Grammy Americano em 2005. Lançamento do selo Sesc, CD “Saudade Maravilhosa”, começa a ser vendido em 9 de março (a R$ 20 nas unidades do Sesc e no site). Enquanto aguarda novo disco, conheça um pouco da obra de Mario Adnet na playlist Sons da Semana.