09/06/2016 - 16:45
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, afirmou nesta quinta-feira, 9, que ainda é cedo para fazer uma avaliação sobre a contraproposta apresentada hoje pelo governo federal para solucionar a questão da dívida dos Estados. Segundo ele, por enquanto ainda está havendo uma negociação “entre técnicos”. Ele reiterou, no entanto, que os governadores estão “lutando para ter uma carência de dois anos” no pagamento da dívida com a União.
Hoje, em Brasília, o governo não acatou o pedido dos Estados de carência de 24 meses, período em que os Estados ficariam livres do pagamento das parcelas da dívida com a União. Como alternativa, foi proposto um desconto de 100% no primeiro mês. Depois, o abatimento decairia cerca de 5% a cada mês, até o 18º mês. A partir daí, tudo voltaria ao normal, com pagamento integral novamente.
Sartori conversou rapidamente com a imprensa na capital gaúcha ao deixar um evento. Ontem, ele se reuniu em Brasília com o presidente da República em exercício, Michel Temer. Na ocasião, ele disse ter ouvido do peemedebista que a definição sobre a renegociação das dívidas estaduais com a União ocorreria na próxima semana. No evento de hoje em Porto Alegre, no entanto, Sartori indicou que a conclusão das negociações poderia levar até 15 dias.
Perguntado sobre a proposta apresentada hoje pelo Ministério da Fazenda, Sartori disse que a carência oferecida não é a desejada. “A União, sem os Estados, não vai ter abertura para o processo de desenvolvimento econômico”, acrescentou.
No mesmo evento, o secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, afirmou que a contraproposta do Ministério da Fazenda é “absolutamente insuficiente e tímida” diante das necessidades dos Estados. Para ele, isso significa que as partes estão somente no início das conversas.
“Sendo um governo novo, com uma equipe econômica nova, imaginávamos que talvez tivéssemos um espaço ainda mais ampliado para se aproximar mais das nossas necessidades e da nossa realidade”, disse o secretário gaúcho. “Vamos continuar negociando, mas com a expectativa de que o que nos foi proposto está muito longe do que pode a União ainda nos oferecer.”