O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, afirmou nesta quarta-feira, 8, no Palácio do Planalto que entregou ao presidente Michel Temer a proposta do pré-acordo de recuperação fiscal (RRF) do Estado, que ainda precisa de aprovação da Assembleia Legislativa local. Sartori não respondeu sobre algum compromisso do presidente em tentar ajudar o Estado – que está em negociação com o Tesouro Nacional para assinar o acordo – e diante da insistência das perguntas sobre o que tinha tido de concreto no encontro respondeu: “De concreto é que fui bem recebido”.

O governador afirmou ainda que o “caminho para superar a crise não se faz com discursos fáceis e nem soluções mágicas” e que é preciso dar um passo de cada vez. “Nessa caminhada toda, esse momento de hoje é importante, decisivo, porque precisamos do regime de recuperação fiscal”, disse.

Sartori evitou responder se sua vinda diretamente ao presidente era uma forma de pedir que Temer ajudasse a convencer o Tesouro a aliviar as condições para que o Estado consiga aderir ao plano e ressaltou que sempre agiu com transparência. “Não vou entrar no diz que diz. Eu acredito que nós sempre agimos com transparência, colocando a verdade desde o primeiro dia de governo”, afirmou.

Segundo Sartori, a relação do governo gaúcho com o Tesouro é boa. “Agora, divergência sempre vai existir”, admitiu.

O governador disse que não há uma data definida para que o pré-acordo seja assinado. “Temos uma longa caminhada. Agora o governo vai estudar a sua parte”, disse.

Sartori lembrou ainda que, na tentativa de acelerar as negociações, pediu a abertura pela Advocacia-Geral da União (AGU) de uma Câmara de Conciliação e Arbitragem para intermediar pontos que são divergência entre o governo estadual e o Tesouro Nacional.

Conforme mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o principal deles é a forma de contabilização das despesas com pessoal, hoje subestimadas pelo governo gaúcho. A Câmara de Conciliação deve ser instalada nos próximos dias e também vai discutir a viabilidade de o governo gaúcho aderir ao RRF antes da realização do plebiscito exigido pela Constituição Estadual para a venda de empresas estatais. As privatizações são requisitos para a concessão da ajuda.