Em plena pandemia, enquanto o isolamento social é recomendado, duas ilustres figuras aproveitaram um raro momento em que precisavam sair de casa para cuidar de detalhes de um importante evento. A cantora Sarah Brightman e o compositor Andrew Lloyd Webber, nomes famosos da música britânica, combinaram de sair no mesmo horário em algumas tardes para passear com seus cães, em Londres. “Moramos perto, cerca de duas quadras de distância, e aproveitávamos para também conversar sobre nosso show”, contou Sarah ao Estadão, em conversa por telefone.

Ela se refere à sua primeira live, Sarah Brightman: Uma Sinfonia de Natal, que será internacionalmente transmitida na noite do dia 20 em quatro horários diferentes ao redor do mundo – no Brasil, será às 21h30. Será um show especial: a cantora de 60 anos estará na igreja Christ Church Spitalfields, na capital inglesa, ladeada de uma orquestra, do coral do Trinity College, de outro especializado em canto gregoriano e ainda do cantor Aled Jones.

Mas certamente o momento mais esperado será aquele em que Sarah vai se apresentar ao lado de Webber – eles atuarão juntos em Christmas Dream, uma canção pouco conhecida, escrita por Webber e Tim Rice para o filme O Dossiê de Odessa, que Ronald Neame dirigiu em 1974, com Jon Voight e Maximilian Schell. “Ele vai tocar piano para mim”, conta Sarah, lembrando que serão duas canções – mas não mencionou qual será a segunda.

Os fãs sabem que, no passado, foi mais de uma amizade que uniu Sarah e Weber – eles foram casados entre 1984 e 1990, período em que a cantora inspirou o papel de Christine, no musical O Fantasma da Ópera, o maior sucesso planetário de Webber e que contou com Sarah como protagonista da primeira montagem e cuja voz de soprano com um timbre agudo, mas adocicado, encantava os espectadores. E, apesar de ambos manterem um relacionamento cordial depois do divórcio, pouco se encontraram em eventos públicos.

Sucesso planetário

Depois de protagonizar as produções originais de Cats, Song and Dance, Aspects of Love e Réquiem, Sarah Brightman iniciou uma carreira solo que logo se revelou meteórica: em mais de 30 anos, vendeu mais de 32 milhões de cópias e arrematou mais de 180 discos de ouro/platina em mais de 40 países.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Assim, no início do ano, ela planejou sair novamente em turnê em novembro, mas o efeito devastador da pandemia do novo coronavírus modificou seus planos, em março, como do resto da população mundial. “Foi um momento mais reflexivo, em que me preocupei mais em como cuidar de meus parentes mais vulneráveis. Aproveitei também para fazer algo que normalmente não tenho tempo, que é pesquisar canções para futuros discos. E ainda tratei melhor da minha voz”, disse ela, completando, em meio a um sorriso: “Olha, sou uma sortuda, o lockdown acabou me fazendo bem”.

Quando anunciou sua live natalina (que tem ingressos vendidos a US$ 18 pelo site www.store.sarahbrightman.com), Sarah reforçou sua predileção pela época natalina, especialmente neste ano tão conturbado. “Tenho muitas memórias de Natal com minha família e sempre incluí canções com esse espírito nos meus shows”, observa ela, que vai apresentar standards como Noite Feliz, I Believe in Father Christmas, Ave Maria e La Luna.

E, se seus shows são habitualmente espetaculares, com grande produção, agora será algo mais comedido. “Afinal, a apresentação será em uma igreja, cujo interior é belíssimo e, para ressaltar essa qualidade, teremos um trabalho de luz especialmente criado para o show, com um belo uso de velas. Arrisco dizer que será algo inesquecível.”

Tal momento de tranquilidade e reflexão contrasta com o agitado ano de 2010, quando completou 50 anos e tomou a decisão de que participaria como astronauta de uma viagem para a Estação Espacial Internacional. Para isso, chegou a fazer um treinamento na Cidade das Estrelas, na Rússia, além de ter desembolsado, segundo a imprensa inglesa, uma bolada equivalente a US$ 52 milhões. Meses antes do embarque, no entanto, ela desistiu, alegando razões familiares.

Para este evento natalino, Sarah fez uma parceria com o The Global FoodBanking Network em um esforço conjunto para combater a fome no mundo – neste ano, o Global atendeu mais de 20 milhões de pessoas que passam necessidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias