A ativista de direita e ex-apoiadora do presidente Jair Bolsonaro Sara Giromini, de 29 anos, ganhou notoriedade nacional com o codinome Winter. Após se casar com um norte-americano, ela resolveu colocar no lugar o sobrenome do marido, Huff. Ela também afirmou que se aposentou definitivamente da militância de rua. As informações são da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

“Com ele (o codinome) tive muitos erros e acertos, mas definitivamente é hora de enterrá-lo e iniciar uma nova etapa em minha vida, honrando o nome do meu esposo”, disse em entrevista à coluna.

Sara contou que conheceu o seu marido, Joseph Huff, de 39 anos, por meio de um aplicativo de relacionamento durante uma viagem a trabalho para o México. Ela destacou que ele tem quatro filhos e atua como técnico em uma planta química.

“Ele realizou meu sonho de nos casarmos no dia de Nossa Senhora de Fátima (13 de maio). Um dos presentes de casamento que me deu foi um poema que me escreveu sobre Nossa Senhora. Aliás, ele me escreveu um poema por dia durante o tempo que ficamos longe, totalizando 34 poemas escritos à mão em um livro”, disse.

Ao ser questionada sobre os seus planos de mudança, Sara afirmou que continuará morando no Brasil por enquanto. Segundo ela, o seu filho ficou traumatizado com a sua prisão em 2020 e, por conta disso, realiza tratamento psicológico e psiquiátrico. Para poder sair do país, é necessário que o menino apresente alguma melhora.

Codinome foi inspirado em cantora e violinista

A ativista de direita aproveitou a oportunidade para explicar a origem do codinome que a acompanhou durante 14 anos. Sara informou que se inspirou na cantora e violinista Emilie Autumn (que em inglês significa outono, e winter quer dizer inverno).

Ela também argumentou que o codinome não tinha nenhuma relação com Sarah Winter (1870-1944), que era uma inglesa da alta sociedade e teria se tornado espiã para a Alemanha nazista.

Trajetória política

Sara Giromini iniciou a sua trajetória no engajamento político quando fez parte do movimento feminista ucraniano Femen, do qual saiu em 2012.

Após o rompimento, Sara autodominou-se ex-feminista e passou a lutar contra o aborto e ministrar palestras críticas ao feminismo.

Recentemente, ela havia se aproximado do governo Jair Bolsonaro (PL) e chegou a ser nomeada coordenadora nacional de políticas à maternidade do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, sob a gestão da então ministra Damares Alves. Em novembro de 2019, ela deixou o cargo.

Em 2020, Sara ganhou ainda repercussão na mídia nacional ao ser uma das líderes do movimento 300 pelo Brasil, grupo formado por bolsonaristas que disparou fogos de artifício contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF).

Ao ser alvo dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, Sara Giromini foi presa e teve de usar tornozeleira eletrônica.

Ela afirmou à coluna Painel que foi liberada em junho de 2021 das medidas cautelares. Nesse momento, decidiu se afastar dos bolsonaristas.

Sara contou que ela e sua família “carregam as marcas do envolvimento íntimo com a política”.

“Tenho acompanhado as eleições de longe. Penso que as pessoas colocam muita fé na política partidária em ambos os lados. Acredito que o esforço que ambos os lados fazem para apoiar seus candidatos talvez fosse melhor empregado com ações de caridade em um nível local. Tenho a esperança de que o Brasil mudará não por intermédio de um símbolo político, mas pela aquisição e desenvolvimento de virtudes de maneira individual e também nas famílias.”

Ela também destacou que sua atuação política não será partidária e não se engajará em uma eventual disputa de segundo turno entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Sou católica e conservadora e desejo o melhor ao meu país e ao povo brasileiro, que é quem sai perdendo diante das disputas de poder. Não pretendo fazer campanha para ninguém”, finalizou.