O subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da Economia, Vladimir Kuhl Teles, avaliou nesta terça-feira, 3, a criação do saque aniversário para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a partir de 2020 poderá aumentar o mercado de crédito brasileiro em 5% a 7% nos próximos dois anos.

A ideia é de que os trabalhadores possam pegar financiamentos usando esses saques anuais como garantias, nos moldes da antecipação da restituição do Imposto de Renda.

“Temos que atacar o mercado de trabalho e o mercado de crédito, e as medidas para o FGTS irão promover ajustes estruturais nesses dois pontos”, afirmou. “Esperamos um crescimento de 5% a 7% de crescimento do crédito nos próximos dois anos com essa medida”, acrescentou, no seminário “Reformas para o Crescimento”.

Teles avaliou que o País pode ter um crescimento negativo nesta década, devido à piora de eficiência alocativa da economia nacional, acelerada pelas políticas de benefícios fiscais e de crédito direcionado desde a metade da década passada.

“As firmas privilegiadas com crédito do BNDES não aumentaram emprego e investimento, destruíram seus concorrentes e se tornaram menos eficientes. Foi uma quebra estrutural da economia brasileira. Não se trata apenas de um movimento cíclico”, apontou o subsecretário.

Teles disse ainda que, mesmo com a retomada lenta da economia desde 2017, a produtividade do trabalho no Brasil continuou caindo. O subsecretário também apontou o volume de falências e recuperações judiciais nos últimos anos como outro fator que puxa a economia para baixo.